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Ao centro – direita-esquerda, ricos-pobres


A passagem do ciclo de julgamento e condenação do “Grupo Bolsonarista” pelo Supremo Tribunal Federal deixou certo ambiente de alívio. Os destroços das tentativas frustradas de anistias, seja por coações, tarifas, ocupação de mesas diretoras, chantagens etc. calcou as desavenças internas do grupo que outrora se movia pela guerra “direita-esquerda”. Os impulsos de combate mostram diminuição de tensões. As pessoas já não se sentem tão motivadas para entrar “numa” guerra que perdera parte do que a fazia explodir: revolta e vingança!

Para os eleitores, combatentes de linha de frente, havia ânimo no maniqueísmo [dualidade entre opostos irreconciliáveis] para projetar sua própria imagem e identidade. Encontraram ali “produtos” para dar cara aos ânimos internos de rebeldia bélica. Ter um lugar no combate é, da mesma forma, produzir contornos faciais de si mesmo, instaurar fisionomia política na musculatura corporal e se engajar em algo que dá movimento às pernas, a si mesmo.

Do ponto de vista coletivo, se aventa estar em exército de semelhantes, um lugar para ser antecipadamente compreendido e aceito, torcida uniformizada por brados, recanto para gritar e gerar campo de força e sentido de luta. Em outros momentos da vida esses ambientes psíquicos eram “doados” pelas forças institucionais da religião, da escola, da família... Atualmente as redes sociais permitem um mundo de possibilidades sem lugar, sem tempo: os “influencers” “submetem” os internautas a “curtidas”, e a se tornarem “seguidores” [expressão para se refletir], e a ficarem sentados desejando algum sentido para a vida.

Na arena política, os sentidos das rotas tendem a mudar: teremos agora os políticos se voltando a parâmetros e comportamentos que simbolizam amizade, companheirismo, proximidades físicas ...

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Para os eleitores, combatentes de linha de frente, havia ânimo no maniqueísmo [dualidade entre opostos irreconciliáveis] para projetar sua própria imagem e identidade. Encontraram ali “produtos” para dar cara aos ânimos internos de rebeldia bélica. Ter um lugar no combate é, da mesma forma, produzir contornos faciais de si mesmo, instaurar fisionomia política na musculatura corporal e se engajar em algo que dá movimento às pernas, a si mesmo.

Do ponto de vista coletivo, se aventa estar em exército de semelhantes, um lugar para ser antecipadamente compreendido e aceito, torcida uniformizada por brados, recanto para gritar e gerar campo de força e sentido de luta. Em outros momentos da vida esses ambientes psíquicos eram “doados” pelas forças institucionais da religião, da escola, da família... Atualmente as redes sociais permitem um mundo de possibilidades sem lugar, sem tempo: os “influencers” “submetem” os internautas a “curtidas”, e a se tornarem “seguidores” [expressão para se refletir], e a ficarem sentados desejando algum sentido para a vida.

Na arena política, os sentidos das rotas tendem a mudar: teremos agora os políticos se voltando a parâmetros e comportamentos que simbolizam amizade, companheirismo, proximidades físicas. As guerras estarão voltadas aos cenários dos corredores do Congresso Nacional, às derrotas e vitórias em relação ao presidente-presidenciável, aos governadores-candidatos. Ocorrerá a inflexão de “direita-esquerda” para “ricos-pobres”, “poderosos-desamparados”. O cheiro disso tudo está no ar!

Não vale mais a pena procurar o opositor para levantar a voz e gritar peças de guerras, de lutas opressoras, de brigas sobre perseguição jurídica, política. Estará no “centro” a expressão de político-equilibrado, de gestor interessado na solução dos problemas vividos nas ruas, nas escolas, nas Unidades Básicas de Saúde, relativos à moradia, à insegurança. Está em parto o político-amigo, candidato-amistoso, aquele que ouve ao invés de gritar, que aperta a mão do eleitor ante o dedo em riste ou o punho cerrado. Ocorrerão mais sorrisos do que berreiros, mais proposta de solução do que arranjo de inimigos. O “político-solução” surpreenderá o “político-de-guerra”!

As próprias instituições entoarão o tom do jogo e o STF tende a diminuir seu aquecimento político e se voltar a tratar de combater as corrupções de caráter político, dos escândalos de governos, e retomar a peleja contra a “vergonha-nacional”: as intermináveis e ilimitadas corrupções com o dinheiro público.

Como nunca fomos de “direita” ou de “esquerda” – filosofias de mundo e de sociedade que exigem compreensão de muitos conceitos combinados –, voltaremos à trilha que já tem a marca de nosso pé: patrimonialismo, personalismo, conservadorismo – a centralidade de nossa cultura política!

Mestre em Sociologia Política


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