Um laudo pericial atestou a sanidade mental do autor do ataque à creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau. A conclusão é que ele tinha total capacidade de entendimento dos próprios atos. O crime aconteceu no dia 5 de abril de 2023, causando a morte de quatro crianças e ferindo outras cinco.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina informou que o exame de sanidade mental foi solicitado pela Defensoria Pública, que atua na defesa do assassino. A juíza responsável da 2ª Vara Criminal de ...
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina informou que o exame de sanidade mental foi solicitado pela Defensoria Pública, que atua na defesa do assassino. A juíza responsável da 2ª Vara Criminal de Blumenau acatou o pedido e o exame foi feito por um médico perito oficial do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, de Florianópolis.
O laudo, apresentado no último dia 4 de agosto, descreve o exame realizado e responde aos quesitos formulados pela juíza e pela Defensoria Pública. Sobre a capacidade do réu, o perito concluiu que, à época dos fatos, o homem apresentava total capacidade de entendimento dos seus atos e total capacidade de se determinar conforme esse entendimento.
Com o resultado, o médico legista atestou a sanidade do autor do atentado para responder pelos atos que praticou. O laudo foi juntado ao processo, que corre sob sigilo na justiça. Agora, segue o prazo para que as partes se manifestem na ação sobre o resultado do laudo, caso queiram. O acusado do ataque continua preso preventivamente.
Conforme denúncia do Ministério Público, o réu é acusado de quatro homicídios qualificados (por motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que impediu a defesa das vítimas e crime contra menores de 14 anos) e cinco tentativas de homicídio qualificado, referente às crianças feridas.
Em trecho do laudo obtido pelo G1, o perito anota que o assassino tem um distúrbio psiquiátrico, anterior à data do ataque, mas que o problema “não causa incapacidade para todos os atos”. O exame também indicou que o homem não apresenta desenvolvimento mental incompleto.
Tragédia
O inquérito policial do ataque em Blumenau foi finalizado ainda em abril. A Polícia Civil concluiu que o autor agiu sozinho e tinha intenção de matar mais crianças. A tragédia não foi maior porque uma professora trancou um grupo de crianças numa sala durante o ataque. O assassino usou uma machadinha no crime, segundo a polícia, em “plena consciência da ilicitude do fato, como também de livre e espontânea vontade”.
No ataque, morreram Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, Bernardo Pabst da Cunha, de 4, Larissa Maia Roldo, de 7, e Enzo Marchesin Barbosa, também de 4, golpeados pelo assassino enquanto brincavam no pátio da creche. Outras cinco crianças atacadas ficaram feridas. Após o crime, o assassino se entregou no batalhão da Polícia Militar. Ele já tinha passagens policiais por porte de drogas, briga, lesão corporal contra o padrasto e esfaqueamento de um cachorro.