BALNEÁRIO CAMBORIÚ
IMA mostra dois de 10 pontos da praia Central próprios pra banho
Relatório da Emasa traz dados divergentes. Resultados de análise do município ainda não permitem garantir condições das praias
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA), com base nas amostras do dia 22, mostra que dois dos 10 pontos monitorados da Praia Central estão próprios pra banho. A melhora foi no Pontal Norte e no trecho em frente à rua 1001. Já em novo boletim, a análise da balneabilidade divulgada pela Emasa mostra resultados divergentes nas duas últimas amostras.
Na análise referente à coleta do dia 13 de fevereiro, todos os pontos da Praia Central estavam com mais 800 NMP de E. Coli em 100mL, estando dentro da classificação de “imprópria para banho”. Já na análise do dia 15, todos os pontos estavam com índice de coliformes abaixo do limite, dentro da condição de “própria para banho”.
Mesmo assim, a Emasa considerou que para determinar a condição das praias como própria ou imprópria não seriam suficientes as três amostragens feitas até agora, incluindo a do dia 10, que apontou balneabilidade positiva. Conforme a autarquia, é preciso o resultado de cinco testes para atestar as condições das praias.
“Desta forma, não podemos concluir se as praias de Balneário Camboriú estão próprias ou impróprias para banho”, diz o relatório. Os dados das últimas coletas foram divulgados só nesta semana devido à necessidade de contraprova diante de resultados diferentes entre as amostras. A Emasa está com outro relatório em análise, referente ao dia 17, que ainda será divulgado.
O monitoramento do IMA mantém a maioria da Praia Central como poluída. O trecho do Pontal Norte, na saída do canal Marambaia, apresentou resultado positivo nas duas últimas coletas, dos dias 16 e 22. Na mesma região da Barra Norte, o ponto 02, em frente à rua 1001, foi considerado próprio pela primeira vez na temporada. Os outros oito pontos monitorados seguem impróprios, na avaliação do IMA. A prefeitura destacou que, quando não chove, condição da última coleta do IMA, a balneabilidade melhora.
Limpeza de córrego estaria afetando rio e balneabilidade da praia
Além da polêmica entre os dados dos relatórios estadual e municipal, nova denúncia de moradores aponta que um serviço de limpeza que está sendo feito pela prefeitura num córrego que deságua no rio Camboriú estaria provocando uma mancha escura no rio, com a sujeira afetando a balneabilidade da praia.
O braço do rio Camboriú passa por trás da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), do bairro Nova Esperança, e recebe efluentes do sistema de tratamento. O canal passa por limpeza feita pela secretaria de Obras.
Segundo um morador, a intervenção com retirada de materiais e corte de árvores mexe com os sedimentos acumulados no córrego, formando uma mancha escura que é vista descendo ao longo do rio. Houve alegação de que a obra não teria licenciamento.
A assessoria da prefeitura explicou que a limpeza foi um pedido da comunidade e tem autorização do Meio Ambiente. O trabalho começou na semana passada e acaba esta semana. A secretaria de Obras não respondeu se a limpeza pode estar afetando as condições de balneabilidade na Praia Central.
Emasa descartou mancha como despejo de esgoto
Os técnicos da Emasa estiveram no local onde está a mancha e relataram que o efluente tratado que sai da ETE não chega naquele ponto, estando a saída mais para a direita. A autarquia voltou a afirmar que a estação não teve nenhuma alteração nos últimos dias. A ETE está operando com eficácia de até 50% após problemas nas obras da lagoa de tratamento e projeta um novo tanque pra voltar à normalidade.
Sobre a intervenção no rio, a Emasa informou estar ciente da obra. “A limpeza iniciou na última semana, portanto, não podemos afirmar que haja relação com a balneabilidade”, esclareceu. A autarquia ressaltou que o rio já é poluído e cheio de sedimentos, lodo e outros materiais. “Então, qualquer chuva forte ou movimentação diferente, pode ocorrer o revolvimento desses sedimentos do fundo e causar cor escura”, completou.
A respeito do boletim de balneabilidade, a Emasa destacou que não há uma explicação definitiva sobre a diferença nas amostras. “Vários fatores podem ser levados em conta: chuva em até 48 horas ou no dia; horário e profundidade de coleta; material utilizado para realizar a coleta e armazenamento; roupa do coletador”, explica. A empresa aponta que no relatório do IMA também ocorre alteração de resultados de uma coleta para outra.
Reunião do Conseg vai discutir balneabilidade
A questão da balneabilidade das praias de BC e da poluição no rio Camboriú serão temas de reunião do Conselho Comunitário de Segurança Náutica e Cidadania de Balneário Camboriú (Conseg Mar) nesta segunda-feira. A reunião ocorre nesta segunda, a partir das 19h, no píer do Barco Pirata, na Barra Sul.
No encontro, será debatida proposta de monitoramento das praias e do rio Camboriú por câmeras OCR, de reconhecimento ótico, e feita avaliação do processo de dragagem do rio Camboriú e seus braços. Ainda serão definidas as atividades da campanha ambiental de limpeza do rio, marcada para 29 de abril.