DENÚNCIA
Limpeza de córrego estaria afetando rio e balneabilidade da praia Central
Moradores acusam secretaria de Obras de provocar mancha de sujeira no rio Camboriú
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Além da polêmica entre os dados dos relatórios estadual e municipal sobre a balneabilidade da orla de BC, nova denúncia de moradores aponta que um serviço de limpeza que está sendo feito pela prefeitura num córrego que deságua no rio Camboriú estaria provocando uma mancha escura no rio, com a sujeira afetando a balneabilidade da praia.
O braço do rio Camboriú passa por trás da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), do bairro Nova Esperança, e recebe efluentes do sistema de tratamento. O canal passa por limpeza feita pela secretaria de Obras.
Segundo um morador, a intervenção com retirada de materiais e corte de árvores mexe com os sedimentos acumulados no córrego, formando uma mancha escura que é vista descendo ao longo do rio. Houve alegação de que a obra não teria licenciamento.
A assessoria da prefeitura explicou que a limpeza foi um pedido da comunidade e tem autorização do Meio Ambiente. O trabalho começou na semana passada e acaba esta semana. A secretaria de Obras não respondeu se a limpeza pode estar afetando as condições de balneabilidade na Praia Central.
Emasa descartou mancha como despejo de esgoto
Os técnicos da Emasa estiveram no local onde está a mancha e relataram que o efluente tratado que sai da ETE não chega naquele ponto, estando a saída mais para a direita. A autarquia voltou a afirmar que a estação não teve nenhuma alteração nos últimos dias. A ETE está operando com eficácia de até 50% após problemas nas obras da lagoa de tratamento e projeta um novo tanque pra voltar à normalidade.
Sobre a intervenção no rio, a Emasa informou estar ciente da obra. “A limpeza iniciou na última semana, portanto, não podemos afirmar que haja relação com a balneabilidade”, esclareceu. A autarquia ressaltou que o rio já é poluído e cheio de sedimentos, lodo e outros materiais. “Então, qualquer chuva forte ou movimentação diferente, pode ocorrer o revolvimento desses sedimentos do fundo e causar cor escura”, completou.
A respeito do boletim de balneabilidade, a Emasa destacou que não há uma explicação definitiva sobre a diferença nas amostras. “Vários fatores podem ser levados em conta: chuva em até 48 horas ou no dia; horário e profundidade de coleta; material utilizado para realizar a coleta e armazenamento; roupa do coletador”, explica. A empresa aponta que no relatório do IMA também ocorre alteração de resultados de uma coleta para outra.