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Não havemos representantes


O subjetivismo subtrai, surpreende, corrompe as iniciativas do objetivismo. A subjetividade é uma manifestação impulsionada pela emoção, pelos desejos pessoais, pelas angústias e prazeres trazidos nas sacolas da trajetória social do indivíduo. A subjetividade transforma o universal em singular, único. A realidade só é possível a partir da existência do indivíduo, de suas particularidades psicológicas, de suas interioridades. É a partir do indivíduo e sua consciência que a realidade pode existir. É da soma dos indivíduos que se faz o mundo.

Embora a subjetividade seja inegável, não pode ser tratada como origem e desenrolar da vida; é parte dela, mas não o todo e tudo da vida. É pela subjetividade que se traduz o mundo material e social externos. Ao mesmo tempo, o mundo social e parte do mundo material só existe pelas relações sociais da atividade humana. A subjetividade organiza toda a existência externa ao indivíduo. O mundo não é organizado por si, mas auto-organizado pelo indivíduo. Dessa maneira, o indivíduo é um agente social, age sobre a sociedade e o mundo, e assim os constitui. Produz-se a personalidade e o personalismo.

A objetividade está do outro lado da rua em relação à subjetividade. Neste caso, o humano nasce com instintos e, posteriormente, é colocado sob a mira dos contextos e ambientes externos a ele. A existência exterior passa a moldar o interior do indivíduo, sua personalidade, suas crenças, suas inclinações políticas. Você não escolheu a língua pela qual se expressa, posto que esta lhe foi imposta, tal qual as referências de política, poder, democracia, respeito, moralidade. Todos aqueles que se desviam do padrão de sociabilidade enfrentarão as “mordidas do mundo” sobre si. Produz-se a inclusão do “Outro”.

O indivíduo que passa a sofrer as imposições do mundo externo que ronda seus passos e invade seu corpo interior, é agido pelo mundo, pelas forças sociais, pelas escolhas que lhe foram ...

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Embora a subjetividade seja inegável, não pode ser tratada como origem e desenrolar da vida; é parte dela, mas não o todo e tudo da vida. É pela subjetividade que se traduz o mundo material e social externos. Ao mesmo tempo, o mundo social e parte do mundo material só existe pelas relações sociais da atividade humana. A subjetividade organiza toda a existência externa ao indivíduo. O mundo não é organizado por si, mas auto-organizado pelo indivíduo. Dessa maneira, o indivíduo é um agente social, age sobre a sociedade e o mundo, e assim os constitui. Produz-se a personalidade e o personalismo.

A objetividade está do outro lado da rua em relação à subjetividade. Neste caso, o humano nasce com instintos e, posteriormente, é colocado sob a mira dos contextos e ambientes externos a ele. A existência exterior passa a moldar o interior do indivíduo, sua personalidade, suas crenças, suas inclinações políticas. Você não escolheu a língua pela qual se expressa, posto que esta lhe foi imposta, tal qual as referências de política, poder, democracia, respeito, moralidade. Todos aqueles que se desviam do padrão de sociabilidade enfrentarão as “mordidas do mundo” sobre si. Produz-se a inclusão do “Outro”.

O indivíduo que passa a sofrer as imposições do mundo externo que ronda seus passos e invade seu corpo interior, é agido pelo mundo, pelas forças sociais, pelas escolhas que lhe foram feitas e sob as quais, necessariamente, vive. É nessa conjunção, dialética, opostos necessários, que encontramos o sujeito social. É um caminho que forma o indivíduo e, ao mesmo tempo, é formado pelas ações do indivíduo. Assim, o indivíduo interioriza o que lhe é exterior para poder interpretar o que está além de si mesmo, e, como reputação de personalidade, exterioriza o que lhe é interior para poder se relacionar com o mundo. É um circuito de energia de inputs-outputs simultâneos.

Em Política e Representação Política, o Eleito tem a obrigação objetiva de se lançar à objetividade. Como “Tipo Ideal” [Bourdieu] o Político Eleito precisa “calar” sua subjetividade, colocá-la numa “gaveta” qualquer, e assumir a objetividade de representar os demais. Alguém que seja eleito para representar todos “Os Outros” tem o dever de “esquecer-se”, “diminuir-se”, “aquietar-se”, para agir em nome da objetividade de “Os Outros”. A floresta é mais que a árvore, embora dependa de cada árvore.

Quando o eleito afasta o dever de representar “Os Outros”, de nada vale a expressão representante porque “O Outro” deixa de existir. Dizer-se que foi eleito e imaginar que adquiriu autonomia, que tem a prerrogativa de fazer o que quiser é o oposto de representar alguém. O Político que se faz pela individualidade, manifesta apenas suas preferências, seus desejos, a si mesmo. A vítima da individualidade política é o eleitor. Vimos isso ao interpretarmos as relações de poder, o uso dos recursos públicos, os desalentos da corrupção e desvios, a prepotência, a arrogância, e nas formas de escolha dos candidatos pelos partidos. Existem os Eleitos, mas não havemos Representantes.

O Eleitor precisa ser mais do que votante. É preciso agir sobre este mundo de subjetivismos, personalismos, dar resposta a esta angústias políticas. A Política é o mundo do coletivo, e não do indivíduo. Os resultados do voto de um eleitor recaem sobre todos! Vamos nos fazer representar!

 

Mestre em Sociologia Política


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