Colunas


Eleitor, cidadão e misérias da política


A distância entre os Políticos [que deveriam ser] representantes da população e essa própria população se revela tal qual um incrédulo se perde da religião. E as pessoas estão tão longe dos políticos [que deveriam ser seus] representantes como o Sol se distancia da noite. Não se encontram nem mesmo no limiar do crepúsculo. Pessoas vivem a idolatrar eleitos que se simbolizam como elementos da tabela periódica para algum tipo de combinação química desconhecida. Os eleitores assumem posicionamentos imaginando alguma turbulenta ideologia, passam a ver só o que querem ver. Perdem, por completo, a capacidade de autonomia intelectual e de reflexão.

Os políticos [que deveriam ser representantes de interesses gerais] se avisam como aristocratas, uma forma de governo cujos privilégios e benefícios seletivos estabelecem a forma de submissão. Como o dia e a noite, vivem de eleições [dia] e de cargos aristocráticos [noite]. Na primeira – eleições e dias –, manifestam o desejo de ouvir e atender às necessidades gerais; na segunda – noite e cargos –, afirmam que foram eleitos e agir individualmente porque lhes confiaram o cargo. Eleições proporcionam cargo; aristocracia provoca prepotência e vaidades.

A Política pode se converter num estranho cativeiro doméstico, como o inverno que aprisiona as pessoas dentro de casa contra a chuva, o frio, o vento angustiante. Na medida que pareça normal ser assim, pela acomodação do pensamento como mofo, pelo disfarce do voto a poder supremo, se estabelece a Cultura Política: o jeito de ser, de pensar, de agir, de sentir.

O abissal entre os que deveriam representar as pessoas, seus interesses e necessidades, é o registro mais dilacerante do que se pode receber como dor de cãibras pelo corpo: contorcionismos ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Os políticos [que deveriam ser representantes de interesses gerais] se avisam como aristocratas, uma forma de governo cujos privilégios e benefícios seletivos estabelecem a forma de submissão. Como o dia e a noite, vivem de eleições [dia] e de cargos aristocráticos [noite]. Na primeira – eleições e dias –, manifestam o desejo de ouvir e atender às necessidades gerais; na segunda – noite e cargos –, afirmam que foram eleitos e agir individualmente porque lhes confiaram o cargo. Eleições proporcionam cargo; aristocracia provoca prepotência e vaidades.

A Política pode se converter num estranho cativeiro doméstico, como o inverno que aprisiona as pessoas dentro de casa contra a chuva, o frio, o vento angustiante. Na medida que pareça normal ser assim, pela acomodação do pensamento como mofo, pelo disfarce do voto a poder supremo, se estabelece a Cultura Política: o jeito de ser, de pensar, de agir, de sentir.

O abissal entre os que deveriam representar as pessoas, seus interesses e necessidades, é o registro mais dilacerante do que se pode receber como dor de cãibras pelo corpo: contorcionismos involuntários e “antinaturais” que provocam a luta contra o contrário do que deveria ser. É necessário entender o corpo e suas causas para compreender as causas, interpretar os meios de resistência e explicar os motivos de se ter esperanças. É urgente a mudança do estilo de vida, ou dos valores da Cultura Política.

O sistema eleitoral coloca o eleitor como aquele que escolhe entre os escolhidos dos partidos e seus donos, com fundos de financiamentos partidários e eleitorais e de fontes de benefícios aristocráticos dourados de privilégios, é capaz de afirmar que a democracia está em festa pelo voto, pela escolha do indivíduo-eleitor, “elegente” de aristocratas imperiais. Como imperadores de sistemas de monarquias absolutistas, decidem seus próprios salários, escrevem seus benefícios, desconsideram a Constituição e aumentam a quantidade de pares, sorriem com emendas parlamentares que carregam como se o esforço da conquista não fossem os impostos, tributos, contribuições, alvarás... Às emendas não se pode perder suas origens tributárias.

O eleitor, para conseguir avançar à cidadania, vai precisar entender seu papel na História Política e as razões de seus comportamentos. Depois, se olhando no espelho da trajetória política e social, poderá ser capaz de desejar mudar. Enquanto manipular a si mesmo quando se transforma em super-herói com o voto, enaltecerá os vitoriosos eleitos. No dia seguinte seus desejos se dispersam no ar rarefeito de que suas necessidades devem ser supridas pelo seu suor de todos os dias e noites.

Sérgio S. Januário

Mestre em Sociologia Política


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

Qual é o Natal mais bonito da região?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Sonhos, ouro e a dura realidade das mulheres no garimpo ilegal do Sararé

GARIMPO

Sonhos, ouro e a dura realidade das mulheres no garimpo ilegal do Sararé

Desperdício no Brasil deixa de abastecer 50 milhões de pessoas

A cada 5 litros, 2 no ralo

Desperdício no Brasil deixa de abastecer 50 milhões de pessoas

O tesouro nacional cobiçado pela indústria da música clássica

Pau-brasil

O tesouro nacional cobiçado pela indústria da música clássica

Obra sobre armas aprovada nos anos Bolsonaro é lançada com dinheiro da Taurus

Lei Rouanet

Obra sobre armas aprovada nos anos Bolsonaro é lançada com dinheiro da Taurus

“Marketing” e “força eleitoral”: por que Hugo Motta insistiu na aprovação do PL Antifacção

PL ANTIFACÇÃO

“Marketing” e “força eleitoral”: por que Hugo Motta insistiu na aprovação do PL Antifacção



Colunistas

Mais solução e menos problema

Mundo Corporativo

Mais solução e menos problema

Plano Diretor de BC: entre a lei, os interesses e a qualidade de vida

Casos e ocasos

Plano Diretor de BC: entre a lei, os interesses e a qualidade de vida

Busão R$ 1 aos domingos e feriados

Charge do Dia

Busão R$ 1 aos domingos e feriados

Cruzeiro à vista

Clique diário

Cruzeiro à vista

Sancho Pança toma café com JC

JotaCê

Sancho Pança toma café com JC




Blogs

🩺🚨 Atestado médico falso: quando a fraude vira risco real (e custa caro pra todo mundo)

Espaço Saúde

🩺🚨 Atestado médico falso: quando a fraude vira risco real (e custa caro pra todo mundo)

Alô, alô marcianos ... aqui quem fala é de Itajaí

Blog do Magru

Alô, alô marcianos ... aqui quem fala é de Itajaí

La Vuelta Desafío Brasil estreia com prova de contra-relógio

A bordo do esporte

La Vuelta Desafío Brasil estreia com prova de contra-relógio

Zanatta faz o J de Juliana Pavan

Blog do JC

Zanatta faz o J de Juliana Pavan

Quando o poeta vira poesia: Um presente de "Monalisa"

VersoLuz

Quando o poeta vira poesia: Um presente de "Monalisa"






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.