Colunas


Ideal Mente

Ideal Mente

Por Vanessa Tonnet - Vanessatonnet.psi@gmail.com

CRP SC 19625 | Contato: (47) 99190.6989 | Instagram: @vanessatonnet

Carnaval: um mundo imaginário de liberação chegou ao fim


Carnaval: um mundo imaginário de liberação chegou ao fim

A festa mais esperada do ano por grande parte da população chegou ao fim. Mas o que diz a psicologia sobre este evento, suas fantasias e brincadeiras? Qual a relação de Carl Jung (um estudioso da psicologia) com o tema?

O pai da sociologia moderna, Émile Durkheim, analisou os ritos desta manifestação popular e chegou à conclusão que os rituais do carnaval são uma forma encontrada pela sociedade de esquecer o mundo real e viajar para outro mundo onde quem manda é a imaginação. Para Jung, os rituais facilitam a conexão entre a realidade interior e exterior, assim como os mundos desconhecidos e conhecidos. Desde que o homem era primata, ele utilizava rituais como a dança e cantos para se liberar e expressar determinado sentimento. Jung chamou este comportamento de “arquétipo”. Para ele, a linguagem que é feita a matéria dos sonhos e fantasias é “pensamento não dirigido”. Aqui o que é lógico e físico ficam de fora.

A psicologia e o carnaval: hoje em dia as pessoas vivem em um ritmo de vida pesado, tentando conciliar a vida profissional com a pessoal. Estamos constantemente pagando contas e lidando com os desafios do dia a dia. Porém, para muitos, quando chega o carnaval a racionalidade deixa espaço para alegria e prazer tomarem conta. Para Freud, é neste momento que o ID, uma instância psicológica que cada indivíduo possui, é tomado pelos impulsos do prazer e conduzido pelos desejos, não mais pelas consequências.

Fantasiados se sentem protegidos dos julgamentos e possíveis críticas. É exatamente nesta festa democrática que grande parte da população se liberta, sem se preocupar com a censura. Alguns especialistas afirmam que o carnaval é importante para ajudar a vivenciar outros aspectos psicológicos. É a hora em que o indivíduo se permite extravasar (no bom sentido) e ser diferente do que é nos outros dias do ano (rotina).

Quando chega a quarta-feira de cinzas é hora de voltar à vida real. Durante o resto do ano os momentos de lazer vividos neste período ficarão guardados na memória dos foliões.

A psicologia e o carnaval: ao contrário do que muitos pensam, o carnaval não é uma festa tipicamente brasileira. O carnaval começou na Grécia, entre os anos 600 e 520 a.C. O povo realizava cultos para agradecer aos deuses a fertilidade do solo e a colheita. Depois de algum tempo, os romanos e gregos passaram a consumir bebidas alcoólicas e a ter relações sexuais durante os dias de festa, o que foi mal visto aos olhos da Igreja.

Em 590 d.C., a própria Igreja Católica incluiu o evento em seu calendário, comemorando com cultos oficiais onde os “atos impuros” foram eliminados. Porém, esta mudança foi vista com estranheza pelo povo, já que a origem do carnaval era festejar a alegria e conquistas.

Alguns anos se passaram e o carnaval voltou a ser o que era. O Brasil conheceu a festa da fantasia em 1723, sob a influência europeia. Nesta época, as pessoas desfilavam com máscaras pelas ruas. No século XIX apareceram os blocos carnavalescos, que se mantêm até hoje. Os brasileiros não tiveram dificuldades para adotar o carnaval em seu calendário, se transformando em pouco tempo na maior festa do país, que arrasta milhões de pessoas atrás dos blocos e atrai turistas de todo o mundo.

"É exatamente nesta festa democrática que grande parte da população se liberta, sem se preocupar com a censura”


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

Lula x Bolsonaro: quem reúne mais apoiadores em Santa Catarina?

Bolsonaro, óbvio! Já tô me organizando pra participar também

Do que adianta reunir milhares de pessoas se está inelegível?!

Não sei, se depender de mim, nenhum dos dois

Se nem o governador foi no evento do Lula, quem dirá eu



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Reconhecimento facial racista: prisão virou mercadoria para empresas, diz pesquisador

TECNOLOGIA

Reconhecimento facial racista: prisão virou mercadoria para empresas, diz pesquisador

Prefeitura barrou atuação de coletivos na Cracolândia dias antes de região ser esvaziada

SÃO PAULO

Prefeitura barrou atuação de coletivos na Cracolândia dias antes de região ser esvaziada

“Ao menos 50 crianças”: as acusações de estupro contra Padre Bernardino dos Santos

IGREJA CATÓLICA

“Ao menos 50 crianças”: as acusações de estupro contra Padre Bernardino dos Santos

Eduardo Bolsonaro e influenciadores de direita articulam punição contra STF nos EUA

NOS EUA

Eduardo Bolsonaro e influenciadores de direita articulam punição contra STF nos EUA

Diário do julgamento do golpe – Ato 4: “O que distingue as Forças Armadas de um bando?”

JULGAMENTO DO GOLPE

Diário do julgamento do golpe – Ato 4: “O que distingue as Forças Armadas de um bando?”



Colunistas

Viagem a Buenos Aires

Coluna do Ton

Viagem a Buenos Aires

Câmeras corporais são uma necessidade

JotaCê

Câmeras corporais são uma necessidade

Corrida pela vice

Coluna Esplanada

Corrida pela vice

Meio Ambiente

Charge do Dia

Meio Ambiente

Contas aprovadas, com ressalvas e recomendações

Coluna Acontece SC

Contas aprovadas, com ressalvas e recomendações




Blogs

Festival de esportes de areia para advogados

A bordo do esporte

Festival de esportes de areia para advogados

Mudanças em BC

Blog do JC

Mudanças em BC

Warung: será mesmo o fim?

Blog da Jackie

Warung: será mesmo o fim?



Podcasts

Deque do Pontal Norte deve ser reaberto em julho

Deque do Pontal Norte deve ser reaberto em julho

Publicado 04/06/2025 19:26





Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.