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Por Vanessa Tonnet - Vanessatonnet.psi@gmail.com

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Não é falta de concentração, é excesso de estimulação


Não é falta de concentração, é excesso de estimulação
(foto: FREEPIK Way Home Studio)

Agora a moda é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o famoso TDAH. Uma criança que não consegue ficar 50 minutos sentada estudando tem TDAH. Na escola, precisa ficar 100% quieta e focada para aprender todo o conteúdo teórico dos livros didáticos – isso em muitas realidades onde professores estão sem didática alguma para ensinar as crianças por meio de atividades lúdicas. Como é que a criança entre 0 a 6 anos de idade aprende? Brincando. Mas essa quietude faz parte da infância?

A criança é um ser em desenvolvimento psicomotor e necessita do movimento, da convivência, da brincadeira. Crianças da nova sociedade atual nascem, neste mundo tecnológico, praticamente sabendo mexer no celular. Algumas aos cinco anos já falam português, inglês e espanhol. Aos 10, têm a agenda mais cheia que um adulto: escola, aula de inglês, natação, judô, aulas de reforço escolar, hora cronometrada para as refeições e para o lazer (isso se sobrar tempo).

Com tantos estímulos, as crianças não têm tempo de se concentrar e produzir conhecimento. Memorizam apenas fragmentos de informações diversas para dar conta de tantas responsabilidades. E começam a viver no tal do automático, com alta cobrança. Estamos enlouquecendo as crianças (?). Às vezes vejo adultos cobrando crianças a terem comportamentos adultos que nem eles, adultos, muitas vezes conseguem. Regras claras, compromissos, são importantes, mas, com toda essa estimulação e afazeres, é difícil focar em algo específico durante muito tempo, ainda mais durante essa fase do desenvolvimento, na primeira infância.

Mas é mais fácil enquadrá-las em um transtorno do que mudarmos o ritmo de vida. Aprendemos que “o ócio é oficina do diabo”, então criamos compromissos diversos para mantermo-nos ocupados, mas não necessariamente produtivos, quando, na verdade, às vezes é no silêncio da reflexão que surgem as melhores ideias.

Estamos acabando com o bem mais precioso: a criatividade. Ao definir compromissos em horários cronometrados, não damos muito espaço para a criança brincar e, consequentemente, criar. A concentração em uma simples brincadeira de bonecas, carrinhos, pinturas as crianças inventam histórias e definem papéis, criando um universo lúdico. Ao jogar um jogo de tabuleiro, crianças podem aprender matemática simplesmente contando quantas casas devem mover suas peças. É necessário mais prática, menos teoria, para a primeira infância.

Os pequenos terão muito tempo para concentrar-se em fórmulas e debruçar-se em livros de ciências, ou até mesmo falar inglês e espanhol. Daqui a pouco já serão jovens adultos com suas agendas lotadas de reuniões de trabalho e compromissos “sócio-econômico-culturais”.

Limitar a criatividade e estimular demasiadamente o controle em uma fase de desenvolvimento da criança (primeira infância) consequentemente o tornará um adolescente adulto estressado e infeliz. Não patologize uma criança com TDAH quando ela está apenas vivenciando sua infância, seu processo de desenvolvimento cerebral e emocional. Está com dúvidas? Procure profissionais realmente capacitados para tirar todas as suas dúvidas com testes e com atendimentos especializados. Não deixe patologizar sua criança em apenas uma consulta.


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