A guerra do fim do mundo
Vivemos a reta final de uma das eleições mais acirradas e brigadas desse nosso Brasil. Uma eleição que divide a nação em dois extremos, e olhem ao redor, tudo que não faz parte de um grupo ou do outro naufragou no primeiro turno.
Lanterna dos afogados
Praticamente todos os políticos tradicionais e, por decorrência, a política tradicional, foi engolida pela polarização Luiz Inácio Lula da Silva (PT) x Jair Messias Bolsonaro (PL), direita x esquerda. Direita não, para ser exato, extrema-direita.
Maniqueísmo
E é nesse mundo simples e bipolar que virou esta eleição, assim como já foi a de 2018, em que vive aquele velho conhecido nosso: o brasileiro. O brasileiro que perdeu mais de 600 mil irmãos para a covid durante a pandemia - e, ao que parece, já não lembra mais.
Mais
O brasileiro que viu seus negócios irem por água abaixo nesses últimos e difíceis anos sem que viesse ajuda financeira de lugar nenhum; o brasileiro que se endividou por conta das dificuldades e já não consegue mais pagar o que deve, e que perdeu o crédito e foi para a informalidade.
E mais
O brasileiro que já não come churrasco como comia, que compra uma fração do que comprava, e que, por conta disso, leva o país para uma estagflação sem precedentes. “Estagflação” é a estagnação da economia com inflação alta.
Ou seja
A economia está parando num patamar de inflação alta e desemprego. E é nesse país que está se esfacelando economicamente que vive o nosso velho conhecido: o brasileiro. Então, seria de se esperar que este fosse o principal tema da eleição. Mas, infelizmente, não é.
E quais são os assuntos?
Os assuntos da eleição são o perigo da chegada de um “comunismo” que nunca aconteceu no Brasil e que, aliás, não acontece em lugar nenhum desse mundo completamente capitalista. A possibilidade de banheiros públicos virarem banheiros unissex, coisa que também não se sabe de onde saiu e que é uma idiotice sem fim. Maluquice pura.
Outros temas
A legalização das drogas, que nunca foi discutida ou pensada, pelo menos seriamente, também virou tema de campanha, assim como a legalização do aborto e a ideologia de gênero. Ou seja, essa eleição polarizada discute tudo, menos o que interessa para o brasileiro, que é saúde, educação, emprego e renda.
O brasileiro
Mas, ao mesmo tempo, essa guerra do fim do mundo traz um retrato inesperado do brasileiro. Porque a gente fala do brasileiro, nós falamos de nós mesmos, como um povo abençoado por Deus, mesmo porque, segundo reza a lenda, Deus é brasileiro. Um povo generoso. Mas será que isso é verdade? Talvez essa polarização prove finalmente que não.
Por quê?
Porque quem atende mal o brasileiro que vai para um posto de saúde precisando de ajuda é outro brasileiro. O descaso do Brasil por cultura e educação é, também, uma característica dos brasileiros. Porque só se fala em educação rapidamente, e da boca pra fora. E os professores só entram em greve por salário. Nunca por melhorias na educação. Ou não?
Então,
Posso estar sendo radical, mas não são esses tempos radicais? Quem elege alguém que destrói o meio ambiente, que apoia armar a população civil, que relaxa no atendimento da saúde, que não propõe um modelo novo que dê conta das nossas imensas dificuldades econômicas, que excluiu da pauta pública as palavras “amor ao próximo” e “esperança”, não é alguém igualmente vil? Claro que é.
Pra terminar,
É fácil dizer que o Brasil radicalizou por conta dos políticos que representam dois lados opostos que estão aí. Mas a verdade é que o país radicalizou, também, por conta do desinteresse do brasileiro por política. Por conta da falta de coragem para enfrentar o que tem que ser enfrentado no nosso dia a dia. Por conta do tédio do brasileiro pelo Brasil. É duro isso que estou dizendo, mas é para pensar. Qual o nosso projeto de nação?
Agora termina
Veja bem, o fascismo italiano chegou ao poder pelo voto do povo. Assim como o nazismo alemão, assim como o socialismo soviético, assim como Chávez na Venezuela e por aí vai. Voto não é sinônimo de democracia. O bom uso do voto que é. Mas para votar bem, tem que parar e pensar. Antes disso, é preciso estar por dentro da realidade, ler, consumir jornalismo e não achar que sabe tudo porque lê bobagem em grupo de Whats/ olhar para o lado e ver o que, segundo o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, é o mais difícil de ver, ou seja: o óbvio ululante.
Bateu asas
A vereadora bonitona Juliana Pavan (PSDB) pediu licença de 30 dias pra tratar de assuntos particulares. Quem deve voltar a sentir a maciez da cadeira estofadinha do legislativo é o suplente Bola Pereira (PSDB), que foi vereador titular e ex-prefeito da Dubai brasileira.
Pelas sobras
Bola, na verdade, foi rifado pelo tucanato balnear pra que a Juliana pudesse chegar ao parlamento. A filha do ex-tudo Leonel Pavan foi eleita por poucos votos a mais. Mas, na verdade, mais pela sobra e não pela média.
Para
Quem sabe pelos próximos 30 dias não pipocam, nos corredores, mais reclamações veladas de que a Juliana, com o jeito antigo Pavan de ser, trataria muito mal sua assessoria, sendo que já virou rodízio quem trampa no seu gabinete, assopram os linguarudos de plantão (arreda, raça de infelizes!).
Desejado
Essa matemática eleitoral também deve pesar na hora da escolha de um nome para majoritária e Juliana já está apressando, digo, se assanhando, pela presidência da casa. A eleição é em dezembro e o atual presidente Marcos Kurtz, o Marquinhos (Podemos), ainda não voltou de licença, talvez ainda dolorido pelo resultado das urnas, mas o seu cargo já tem sido bem especulado, digo, desejado.
Todo mundo quer
Na lista dos pretensos tem Anderson da Cosip, ops, dos Santos (Podemos), a emplumada Juliana Pavan (PSDB), o risonho Omar Tomalih (Podemos), o dublê de pastor Kaká Fernandes (Podemos), o deixa que eu comando Cristiano dos Santos (PL) e o próprio Marcos Kurtz (Podemos).
Vira prefeito
Quem assumir o assento mais estofado da avenida das Flores na city da praia alargada pode ganhar de brinde a cadeira mais almejada dos altos da Dinamarca, pois, se o prefeito pop star Fabrício Oliveira (PL) for convidado para assumir a Secretaria de Estado de Turismo, o presidente do legislativo automaticamente se torna prefeito de Balneário Camboriú. Quem não quer ou sonha?
Frente ampla pela democracia
Por iniciativa da Federação Brasil da Esperança, representada pelo presidente do PT local, Gerd Klotz, e por Sara Ternes, presidente do PCdoB, vem acontecendo reuniões semanais de lideranças de vários partidos, preocupados com a volta do nazifascismo no Brasil, representado pelo movimento de extrema-direita radical liderado pelo atual presidente Bolsonaro.
Mobilizando
“Os democratas de nossa cidade estão se reunindo e mobilizando seus pares para este enfrentamento democrático na eleição do segundo turno em defesa de Lula presidente e Décio governador para proteger o povo brasileiro da barbárie que se instala no país”, garante Gerd.
Bolsonaro, inimigo das mulheres
Para Sara Ternes, presidente do PCdoB local, “esta reação ao fascismo que tenta se manter no poder à base de mentiras é necessária e crucial para mantermos nossa frágil democracia e garantir os direitos do povo brasileiro, especialmente das mulheres, as maiores vítimas deste desgoverno”, desfere Sara.
Amigos do Décio
As lideranças partidárias de Itajaí estão fazendo um movimento suprapartidário constituindo uma frente ampla por Lula presidente e Décio governador. Alguns estão propondo uma campanha “Sou Lula, sou amigo do Décio”.
Conselho político pela democracia
O grupo de líderes partidários estrutura conselho político informal e já definiu várias atividades de rua, como neste próximo sábado, a partir das 10 horas da manhã, na Hercílio Luz, onde vai acontecer o ato “Professores de Santa Catarina com Lula e Décio”, alusivo ao dia do professor, sábado, dia 15, apoiado pelo Sinte, sindicato da categoria dos professores da rede estadual de ensino.
Partidos
Os partidos representados nesta frente ampla em apoio a Lula e Décio são, além do PT e PC do B, o PSB, Psol, Cidadania, PDT, Solidariedade, PSD, além de movimentos populares e coletivos que defendem causas democráticas.
Lideranças
Também integram este grupo a ex-vice-prefeita da city pexêra, a dama de ferro Eliane Rebelo, o ex- candidato a prefeito, o polido João Paulo Tavares Bastos Gama, a vereadora cultural Hilda Deola, candidata ao Senado pelo PDT, o presidente do Sindifoz, Francisco Johansen, o Chico, e o gabinete do vereador do PT da Dubai brasileira Eduardo Zanatta.
Candidato do povo
“Esta é a eleição de nossas vidas”, salienta Gerd Klotz, presidente do PT. “Lula não é mais só o candidato do Partido dos Trabalhadores, assim como também Décio em nosso estado. Eles são os candidatos de todos os brasileiros e catarinenses que se preocupam com a melhoria da vida das pessoas e querem ver nosso Brasil e Santa Catarina serem tratados com respeito e voltarem a ser feliz”, enfatiza Gerd.