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Coluna Fato&Comentário

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Por Edison d'Ávila -

Professor Pedro Ghislandi - mestre da língua portuguesa


O mês de outubro, cuja última semana começa neste domingo, teve no dia 15 a comemoração do Dia do Professor.

Pois nos anos de 1950, quando aqui  teve começo o Ginásio Salesiano Itajaí, ainda não se tinha essa comemoração, muito menos o feriado escolar. Aliás, a comemoração desse dia com a respectiva parada escolar, salvo melhor lembrança, deve ter começado na década de 1970.

A referência ao Ginásio Salesiano Itajaí é porque se quer trazer à memória o nome de um dos  três professores leigos daquele Ginásio, hoje Colégio dos Padres Salesianos, no início de seus trabalhos na cidade. E com isso, prestar-lhe especial homenagem de ex-aluno e agradecido aprendiz. 

Trata-se do professor Pedro Ghislandi, que juntamente com o professor Antônio Scaburri, de trabalhos manuais,  e tenente Milton Fonseca, professor de educação física, compunha aquele trio de professores leigos.

A figura do professor Pedro Ghislandi,  de estatura abaixo da média e magro, feições sempre sérias e usando óculos, trajando o costumeiro terno e gravata, com que se apresentava às aulas, inspirava simpatia, mesmo que o mestre dispensasse sorrisos e proximidades. Aliás, era o tempo em que aluno e professor mantinham distância respeitosa e cuidadosamente observada de parte a parte. 

Ele lecionava diferentes disciplinas – latim, francês, história, geografia e Língua Portuguesa – pois era exímio humanista. Estudara nos Seminários de Azambuja, em Brusque, e São Leopoldo, Rio Grande do Sul, este com padres jesuítas, deixando a carreira eclesiástica já na teologia para se fazer professor, que demostrou ser  sua grande vocação.

A memória que aqui vai se fazer é de suas aulas de Língua Portuguesa nas primeiras séries do antigo ginásio. Era quando ele se demonstrava devotado cultor da língua pátria. Não consentindo no menor deslize gramatical de seus aprendizes. O ensino daquela época, nas séries iniciais do ginásio, fixava-se quase exclusivamente no aprendizado da gramática portuguesa e nisso o professor Pedro era competente. A qualquer erro gramatical cometido pelo aluno, o sério professor intervinha incontinenti e corrigia, explicando a razão do erro e como devia ser a forma certa. Isso, em lições de casa, chamadas orais,  provas escritas, exames parciais e finais,  orais e escritos.   

Hoje, com os sentidos dos tempos atuais, alunos de agora poderiam estranhar aquele tipo de aula. Mas era assim que se aprendia – e muito bem – o conhecimento da Língua Portuguesa, a ponto de se poder com ela ser hoje um profissional da escrita.

O professor Pedro Ghislandi (1925/2013), humanista abalizado,  mestre competente, profissional do magistério por mais de quarenta anos, educador de gerações de itajaienses, pessoa gentil e cordial,  era também grande leitor, apaixonado. Tinha prazer na leitura de livros. Quando se inaugurou a Biblioteca Pública Silveira Júnior, ele se fez um dos primeiros e mais constante frequentador.

Ao Professor Pedro Ghislandi, a homenagem de quem  lhe deve grato uma parte daquilo que conhece do manejo  da “Última Flor do Lácio”!


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