Dentro do Sistema Eletrobras, na mira de privatização pelo governo Bolsonaro, a CGTEE, com apenas uma termelétrica em Candiota, no vizinho Rio Grande Sul, e com um patrimônio de R$ 1,576 bilhão em ativos, é uma nanica perto da fortíssima Eletrosul, com sede em Santa Catarina, mas incorporou a maior estatal do Sul do país. Quase cinco vezes maior, a Eletrosul que possui ativos de R$ 9,147 bilhões, sem contar que as receitas líquidas operacionais que são de R$ 2,231 bilhões contra R$ 451 milhões, é penalizada pela falta de força política do Estado, já que, nesta queda de braço, valeu a influência do deputado federal Onix Lorenzoni (DEM-RS), ministro da Casa Civil da Presidência da República, imbuído em sanar uma dívida da CGTEE de mais de R$ 450 milhões. Esta incorporação, a criação da CGT Eletrosul, é o pontapé inicial do processo de privatização do setor, uma das prioridades do ministro Paulo Guedes (Economia), que sustenta que deve significar maior investimento em geração e transmissão de energia, enquanto o assunto estratégico do setor não entra no debate.
Até o fim Depois de uma longa batalha judicial, a Assembleia Geral Extraordinária que oficializou a operação, confirmou o fato nesta quinta (2), e nem mesmo a manutenção da sede, na Capital catarinense, uma promessa que chegou a ser feita ao Fórum Parlamentar Catarinense, está confirmada. Tampouco pesou o fato da Eletrosul possuir quatro hidrelétricas próprias em Passo São João, no Rio Grande do Sul, São Domingos, em Mato Grosso do Sul, e as PCHs Barra do Rio Chapéu (15,15 MW) e João Borges (19 MW), em Santa Catarina, além da parceria na Hidrelétrica Governador Jayme Canet Junior, no Paraná. Há ainda o investimento em energia eólica e solar, portanto, uma matriz predominantemente limpa.
Balanço Ficou para a próxima segunda (6), a coletiva em que o governador Carlos Moisés da Silva fará um balanço do primeiro ano de sua administração. Em seguida, Moisés passa, pela primeira vez, o cargo a vice, Daniela Reinehr (Aliança Pelo Brasil), até o dia 20 de janeiro.
Ostracismo A vida política do ex-governador de Minas Gerais e atual deputado federal Aécio Neves (PSDB) caiu tanto que ele e a família nem precisavam ter pedido privacidade sobre a cirurgia de retirada do apêndice pela qual ele passou, no último de 2019, em um hospital particular de Florianópolis. Aécio, que chegou a disputar a Presidência e perdeu por 3,460 milhões de votos, muito pouco em termos de Brasil, para Dilma Rousseff (PT), foi mais derrotado ainda pelas denúncias de corrupção que o envolveram e teve que deixar o Senado e concorrer a deputado para manter o foro privilegiado.
Presença Aécio sempre gostou de passar longas temporadas ou finais de semanas entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro, inclusive enquanto deixava o governo de Minas nas mãos do vice, José Anastasia, que o sucedeu. Foi em Florianópolis que Aécio conheceu a atual mulher, Letícia Weber, gaúcha de Panambi, que era modelo de uma agência na Capital catarinense, e com quem se casou, em 2013.
Uma campanha antecipada Enquanto os eventuais concorrentes e desafetos dizem ter dossiês e se apegam a denúncias requentadas, como as do inquérito da Operação Chabu, o prefeito Gean Loureiro (DEM), de Florianópolis, mantém um “mantra”: “O meu maior adversário é a ineficiência administrativa!”. Em Janeiro, Gean prossegue a linha de uma sequência de dezenas de inaugurações na rede escolar, mais ordens de serviço e a entrega de dois carros-chefes: a revitalização do Largo da Alfândega, que deve ser no próximo dia 17 – ainda depende do sinal verde da liberação do Iphan -, e o engordamento da faixa de areia na praia de Canasvieiras, também na primeira quinzena.
A doação/devolução Os poderes (Legislativo e Judiciário) e os órgãos com autonomia financeira e administrativa (TCE e MP) devolveram ou doaram, como prefere dizer o presidente da Assembleia, deputado Julio Garcia (PSD), R$ 182,6 milhões aos cofres do Executivo, conforme contabilizou a Secretaria da Fazenda, no ano passado. São os restos do duodécimo, que serão utilizados exclusivamente para a dívida da saúde, que deve ser quitada até meados do ano que vem.
Do ano O repasse do Executivo às quatro estruturas do Estado foi de R$ 3,960 bilhões em 2019, os 21,88% previstos constitucionalmente, o que inclui os 2,99% para a Udesc. Em 2018, este mesmo repasse chegou aos R$ 3,59 bilhões, pouco menos do que o que foi investido em saúde, naquele ano, R$ 3,655 bilhões.
AÇÃO LOCALIZADA Não ao acaso, o deputado estadual Ivan Naatz foi a Bombinhas, base eleitoral da deputada estadual e ex-prefeita local Paulinha da Silva (PDT), com quem teve várias rusgas em função da PEC que impede a instalação de TPAs, para filiar o vereador Alessandro Arno Mafra, o popular Xando do PV, no Partido Liberal. Xando (à esquerda), que é adversário do prefeito Paulo Henrique Dalago Muller, o Paulinho (eleito vice pelo PTB, que assumiu o cargo com a renúncia de Paulinha), só oficializará a troca em março, com a janela eleitoral, o que assegura o seu mandato na Câmara. O próprio Naatz ainda não assinou a ficha no PL, embora já tenha garantido, junto ao Tribunal Regional Eleitoral a justa causa para deixar o PV, cuja cúpula o parlamentar acusa de perseguição e discriminação política.