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Uma família na história de Santa Catarina - parte 1
A maioria das pessoas sabe muito pouco sobre a origem de sua família e ao ler textos sobre a história de Santa Catarina não dá conta de que seus antepassados foram protagonistas dessa mesma história que está relatada nos livros. Para os estudantes de História os personagens são sempre pessoas distantes delas. Pessoas sem vínculo direto com sua própria história. Mas a realidade é bem diferente e chegamos bem rápido a esta conclusão quando dedicamos um pouquinho do nosso tempo para estudarmos a história de nossa família. Retrocedendo no tempo para identificarmos nossos ancestrais podemos nos surpreender ao perceber que eles foram protagonistas da história que estudamos. No ano de 2018 tive oportunidade, em parceria com o genealogista Telmo José Tomio e minha irmã mais velha – Irene Maria dos Santos Moretto,– de recuperar toda a nossa árvore genealógica até 1700, por parte de pai [Família Floriano dos Santos] e de mãe [Família Garcia]. A primeira conclusão que cheguei ao analisar minha árvore de família foi a de que tenho origem portuguesa e faço parte da última geração dessas famílias com origem no Arquipélago do Açores. Alguns poucos integrantes da família têm origem no território continental português. Sou, portanto, português legítimo, herdeiro da cultura luso-açoriana. Mais interessante foi constatar que meus antepassados integraram as famosas levas de migrantes que entre 1748-1752 deixaram o Arquipélago do Açores para tentar uma vida melhor no litoral de Santa Catarina. São, portanto, protagonistas do feito histórico que ajudou a constituir Santa Catarina. Minha família promoveu migração ilha à ilha [Açores – Santa Catarina] e depois sucessivas pequenas migrações pelo litoral catarinense: São Miguel da Terra Firme, Biguaçu, Tijucas, Porto Belo, Penha, Itajaí ... Diante das árvores das famílias Garcia e Floriano dos Santos percebi que a história de Santa Catarina não é a história dos outros, ou de gente estranha, mas a minha própria história. Felizmente, nos dias atuais, vemos na internet um número crescente de pessoas, inclusive muitos jovens, pesquisando sobre a história de família e buscando sites de genealogia para consultar e montar suas árvores. Não é por acaso também que o grupo ‘Itajaí de Antigamente’, que mantenho no Facebook, já está chegando ao expressivo número de 30 mil associados. As pessoas começam a perceber que são protagonistas da História que estudam nos livros didáticos.