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É mais do que possível. É necessário”
Moreira Franco (Secretaria-Geral) sobre a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência
Justiça trabalhista tem R$ 197 milhões para moradia
Justiça mais cara do Brasil, mais dispendiosa que toda a justiça norte-americana, a Justiça do Trabalho terá em 2018 o total astronômico recorde de R$197,7 milhões para gastar apenas em “auxílio-moradia”, ainda que os magistrados beneficiados tenham casa própria na cidade onde atuam. Tanto dinheiro para bancar esse privilégio único no mundo consta da Lei Orçamentária aprovada no Congresso e já sancionada.
Diplomacia gasta menos
O Ministério das Relações Exteriores gasta bem menos em auxílio-moradia com seus funcionários lotados em 225 postos mundo afora.
Salário médio alto
A Justiça do Trabalho custou R$ 17 bilhões em 2016, dos quais R$15,9 bilhões (93,5%) bancaram apenas os salários dos 56 mil servidores.
Contas elevadas
O “auxílio-moradia” dos procuradores custará R$ 124,1 milhões e a mesma conta, no meio militar, alcança R$115,9 milhões.
Casta de privilegiados
A maioria pobre do país paga o “auxílio-moradia” do mesmo grupo de servidores federais cujos privilégios a reforma da Previdência combate.
Aéreas: maracutaia acaba
O Ministério do Planejamento suspendeu a portaria 555/14, assinada no governo Dilma, pela qual o governo passou a comprar passagens diretamente às companhias, sem licitação e sem redução de preços. A medida, de 2014, foi adotada após lobby das empresas aéreas. Como no modelito “Petrolão”, as regras de contratação foram discutidas antes com as empresas a serem contratadas. E ninguém foi preso.
Pessoalmente
Os presidentes das principais empresas (Avianca, Azul, Gol, TAM) se reuniram no Ministério do Planejamento para acertar as benesses.
Como pinto no lixo
Além da portaria 555, Dilma editou a medida provisória 651/2014, que concedeu benefício fiscal de 7,05% às companhia aéreas.
Pedalando impostos
Com a MP 651, de Dilma, as companhia aéreas ganharam o “direito” de serem dispensadas da retenção de vários tributos na fonte.
Causa própria
Uma comissão da Câmara aprovou um projeto curioso, esta semana: comerciante com loja em aeroporto não pode cobrar o que quiser. Se virar lei, o projeto obrigaria a “regulação de preços” pelo aeroporto.
Novo em tudo
O partido Novo tem procurado adeptos nas praias alagoanas. Arma barraquinha e distribui balões cor de laranja entre banhistas. E explica que não será aceita a filiação de políticos em atividade. A conferir.
Boa bengala
Não fosse a “PEC da Bengala”, que em 2015 ampliou de 70 para 75 anos a idade-limite para aposentadoria no Supremo Tribunal Federal, o ministro Ricardo Lewandowski teria que pendurar a toga em maio. E Celso de Mello e Marco Aurélio já seriam aposentados há dois anos.
Ação para a plateia
Danilo Cabral (PSB-PE) foi à Justiça para barrar a MP 814, da privatização da Eletrobrás, alegando a fantasia de que os preços da energia vão aumentar.
Faça o que digo
A Justiça do Trabalho anulou 66 demissões na Universidade Metodista de São Paulo, que sofre com inchaço, custos siderais e a perda de receita de 3 mil ex-alunos. A Justiça do Trabalho, a mais cara do país, não indicou fonte de dinheiro para a Universidade pagar suas contas.
Desimportância
O autointitulado “manifesto” no Change.org pela participação de Lula na eleição tem menos assinaturas que o abaixo-assinado para banir atletas violentos do campeonato de basquete universitário nos EUA.
Alô novos partidos
Acaba no dia 7 de abril próximo o prazo para a obtenção junto à Justiça Eleitoral do registro dos estatutos dos novos partidos políticos que pretendem entrar na disputa das eleições 2018.
Sem definição
Precisam ser realizadas entre 20 de julho e 5 de agosto as convenções partidárias que vão definir os candidatos à eleição de outubro próximo, ou seja, de seis a oito semanas antes da eleição.
PODER SEM PUDOR
Ele era um perigo
Costa Rego fez fama como jornalista no Rio de Janeiro e, na década de 1920, voltou a Alagoas para ser governador. Austero, governou sob rigoroso estado de sítio, mas, incorrigível mulherengo, enfrentou alguns problemas, inclusive uma conhecida reprimenda do presidente Washington Luís. Seu secretário da Fazenda, Epaminondas Gracindo, pai do saudoso ator Paulo Gracindo, certo dia tomava o café da manhã quando Costa Rego foi entrando na sua casa com a maior naturalidade.
- Espere aí, governador! – gritou Epaminondas – Com essa sua fama de garanhão, o senhor não pode entrar na casa de uma família de respeito.
Governador e secretário despacharam na calçada.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
www.diariodopoder.com.br
O ensino, infelizmente, está cada vez mais deteriorado, não pelos professores, esses heróis dedicados e abnegados que fazem das tripas coração para não deixar a educação falir de vez. Nós, cidadãos, precisamos lutar por um ensino melhor, pois o próprio poder público se encarrega de piorá-lo, ao invés de resgatá-lo, com modificações que só prejudicam, falta de mais qualificação e remuneração decente aos professores, falta de manutenção e equipamento para as escolas públicas.
Ensinar literatura nas escolas no ensino fundamental implica levar o aluno a ter o prazer de ler - não significa obrigá-lo a ler. Se ali não conseguirmos incutir-lhes o gosto pela leitura, o problema será muito maior quando estiverem no ensino médio: lerão, quando muito - e por obrigação - apenas resumos e orelhas dos livros.
A literatura é o registro da realidade, de costumes, espaço e tempo de um povo, ainda que visto por ângulos diferentes e aí reside a sua riqueza. Ela sempre estará associada à alguma realidade: são realidades verdadeiras, realidades possíveis ou apenas imagináveis, dependendo do que o leitor conseguir recriar.
Porque sabemos que a obra literária existe enquanto lida, enquanto está sendo recriada pelo leitor. E cada leitor pode recriá-la com nuances diferentes, pessoais. Essa é a característica mais marcante da literatura ficcional. A emoção do autor, ao produzir seu texto, não será, necessariamente, a mesma do leitor ao recriá-la.
Então a leitura nos provoca emoções, nos dá referência, faz-nos refletir, pode mudar nossa maneira de pensar e até de agir. Ela é viagem pelo desconhecido, é aquisição de conhecimento, é aprendizado e exercício de criatividade, é experiência adquirida. Isso é literatura e é isso que os nossos leitores em formação precisam ir buscar nas páginas de um livro. Ou de vários. O ensino da literatura dividindo-a em “escolas”, acaba fazendo-a parecer, para o estudante, uma coisa velha, ultrapassada, sem utilidade imediata. Faz a produção literária parecer algo que é feito a partir de receitas, como se fosse um bolo, sem originalidade, sem criatividade.
Literatura é arte, por isso não pode ser tratada como uma disciplina estanque, precisa ser explorada como algo dinâmico e estimulante, que alarga os horizontes de quem lê, algo que vai acrescentar subsídios para o crescimento do leitor.