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O luto e o Natal
Com certeza a maior dor do ser humano é perder alguém que ama e lidar com a ausência de quem deixou saudade. Consequentemente as primeiras datas comemorativas são fases difíceis, principalmente o Natal, momento significativo que passamos em família e amigos e sentiremos falta de quem se foi. Natal também é época de recordações, de nostalgia, de perdão, de estar emocionalmente mais sensível. Em meio a um luto recente, pode parecer difícil celebrar as festividades. Não existe receita quando cada um tem dentro de si ingredientes diferentes. Porém, existem algumas considerações de quem já passou por isso e sugestões profissionais, de psicólogos especializados em luto. Quando a lembrança da pessoa amada vier à mente, procure lembrar dos momentos bons, das lembranças positivas. Aquelas que arrancam um pequeno sorriso em nossa alma. Como o ente querido gostaria que você estivesse? A meta é respeitar-se. Permitir-se sentir a dor do luto, a saudade. É normal ficar triste mesmo em meio a pessoas alegres. Deixe que os sentimentos venham e não se julgue, apenas tente dar um final positivo a eles. Caso sinta-se confortável, fale. Você não irá estragar a festa de ninguém. E está passando por um momento muito compreensível que todos iremos passar. Vá a lugares, participe dos eventos que fazem sentido para você. Não se obrigue a nada. Diga não, se quiser dizer não. Mime-se! O luto às vezes nos dá uma preguiça em socializarmos, mas lembre-se, que estar perto das pessoas com quem se sente bem e que te querem bem faz com que a gente se sinta melhor. Não se repreenda de curtir o Natal. Temos picos de alegrias e temos picos de tristeza, deixe vir a alegria, sem se julgar. Afinal, como o ente querido gostaria que você estivesse? E para quem é amigo ou familiar de um enlutado, cabe estar de ouvidos e braços abertos, pois é momento de acolhida. Boa celebração a todos. Mylena Cooper, diretora do Crematorium Vaticano e pesquisadora da psicologia do luto e ritos fúnebres