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Diferenças: o elo entre as pessoas


Numa tarde, alguns anos depois de formado, atendi dois novos pacientes com o mesmo tipo de queixa: “dificuldade de relacionar-se com os outros”. O primeiro sofria pelo seu egocentrismo e o outro pela solidão. Até começar a atendê-los não tinha ideia do quanto eles iriam possibilitar um novo direcionamento nos atendimentos.

Quatorze horas: entrou no consultório um rapaz de 22 anos, moreno, olhos tristes, cabelos cacheados, sorriso que mostrava sofrimento. Durante a psicoterapia ficou tenso e inclinado para frente. Falava com arrogância, mas seu discurso apontava sua insegurança. Sua queixa era que não conseguia manter um namoro. Relatou que depois de alguns meses e diversas DR (discutir a relação), o relacionamento acabava. Entendia o que acontecia, mas não saía desse ciclo vicioso.

No decorrer dos atendimentos ficou claro o quanto desejava que as pessoas mudassem para que ele fosse feliz e pudesse tanto amar e ser amado, mas não fazia o básico: mudar a si próprio. Ele era egocêntrico: adorava falar de si, das atividades que fazia e gostava. A ânsia em falar de si deixava pouco tempo ao outro, consequentemente, não conhecia com profundidade seus familiares, amigos e as namoradas que teve.

Para quase tudo tinha uma justificativa e, quem tudo justifica, não consegue enxergar seus próprios erros, por conseguinte, deixava suas “namoradas” na defensiva, não encontravam nele um ombro amigo. Ele era mais um filho do que um namorado.

A missão da psicoterapia foi torná-lo adulto e um conhecedor do ser humano e suas necessidades. Aprendeu a ouvir mais do que falar. A respeitar e ser humilde. Com o tempo, se deu conta que precisava amar para então ser amado.

Às 15h entrou na sala um homem de 26 anos, solteiro, engenheiro. Considerava um fardo muito grande as responsabilidades que estavam sob suas costas, tanto profissionais como familiares.

Relatou que é o irmão mais velho de uma família de três filhos. Seus pais tinham casado cedo e se dedicado ao sustendo da família. Ele percebia que desde novo já tinha ultrapassado a condição dos seus pais, tanto financeira quanto intelectual.

Ele, por sua vez, sempre apresentou grandes sonhos e gostaria de realizá-los, mas nunca tinha se dado conta do peso que isso representava. Ao mesmo tempo que sonhava, lamentava sua condição e a solidão, à medida que isso ocorria mais as pessoas se afastavam.

Ele tinha vários predicados para se dar bem na vida e em seus projetos, mas pecava no mais básico: não sabia lidar com o ser humano. Não se interessava e não incentivava seus colaboradores, não sorria e não demonstrava o quanto eles eram importantes e o quanto colaboravam nos seus projetos.

Esses dois pacientes nunca se encontraram, mas eu sabia que caso conseguissem discutir em conjunto seus problemas, a superação deles seria mais rápida e todos sairiam fortalecidos. Foi refletindo sobre esses atendimentos que consegui montar grupos de psicoterapia. Vejo o quanto é significativo o paciente receber apoio de outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema e o quanto é importante ele se ver ajudando o outro.


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