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A barbárie do Rio
Um fato repugnante causou revolta a toda população brasileira, especialmente as mulheres: a violência sexual contra uma jovem de 16 anos.
O crime tomou grandes proporções a partir de divulgação de vídeo e imagens nas mídias sociais, e após uma denúncia anônima ao Ministério Público do Rio de Janeiro, ao que tudo indica, cerca de 30 (trinta) homens teriam participado do crime.
Segundo a avó da jovem, ela costuma ir para as comunidades desde os 13 (treze) anos, e as vezes passa dias sem dar notícias, é usuária de drogas há cerca de 4 (quatro) anos, e mãe de um menino de 3 (três) anos.
Num país extremamente preconceituoso, é claro que a conduta social da vítima iria pesar, isto porque, escuto absurdos como: ela buscou, se ofereceu, é usuária de drogas, ou estava pedindo.
Pensamento insano!
Absolutamente NADA justifica o fato ocorrido na capital carioca, nenhuma mulher merece ser estuprada, seja por 1 (um) ou por 30 (trinta) homens, a luta pela igualdade de gênero abrange também a liberdade sexual. Que mundo é esse?
É vergonhoso os pensamentos machistas, que sem qualquer conhecimento de causa culpam a mulher por todos os acontecimentos (agora de modo geral), por comportamentos, situações. Mulher não é objeto em exposição, tampouco alheia a sua própria vontade.
Tenho plena convicção de que o fato deve e será minuciosamente apurado, até pela visibilidade internacional que ganhou, tantos são os casos ocultos, não denunciados, verdadeiros traumas para àquelas mulheres que sofrem caladas.
A barbárie deve ser esclarecida, para que possam apurar e divulgar a dimensão do abuso, só assim os verdadeiros autores serão penalizados perante a Justiça dos homens.
Até porque, tão repulsivo quanto o estupro é a injustiça em todos os seus sentidos, sendo essencial toda a análise do contexto probatório para condenar os culpados e não inocentes.