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Me sinto livre, posso casar?
Liberdade é a possibilidade de escolher. Na psicologia diz-se que a prova da liberdade é a angústia, pois é diante de uma escolha que implica nossa vida, que nos sentimos angustiado. Com a angústia vive-se o desamparo, pois nos sentimos inteiramente responsáveis pelo que escolhemos. Podemos pedir conselho, ler a respeito, escutarmos opiniões, mas somos nós que escolhemos e, consequentemente, nos comprometemos e nos responsabilizamos.
Não vamos confundir angústia com ansiedade. A ansiedade está ligada a tentativa de economização do tempo, é o desejo de que tudo se resolva o mais rápido possível. Sofre-se por esperar. Na angústia, o sofrimento é por não saber qual opção será a melhor ou mesmo reconhecer que o caminho tomado não apresenta o resultado desejado.
A pessoa que se sente livre, sente-se senhora das suas próprias escolhas, sente-se segura e gosta de viver a responsabilidade da sua vida; é comum sentir-se incomodada quando o outro interfere nas suas escolhas. Mas quando está amando e percebe que pode ser feliz num relacionamento, vive a angústia ao se questionar: me sinto livre, posso casar? Casamento não é prisão, é compartilhamento, é soma para viver o amor que um sente pelo outro. Tome o cuidado de investir em alguém que respeite suas escolhas, ao mesmo tempo, é importante levar o outro também em consideração.
Uma vez atendendo no consultório de psicologia em Florianópolis, um paciente afirmou o quanto sentia-se gratificado por construir seu projeto familiar, comparou-o com um quebra-cabeça formado de peças sensíveis e encharcadas de emoções, que precisavam ser manuseadas com cuidado para não danificar, senão os encaixes seriam muito difíceis.
Citou o cuidado em não ofender, respeitar, tratar com carinho, procurar enxergar pelo olhar de quem se relacionava, mas também percebia a necessidade de dar limite ao outro para que suas próprias peças não fossem danificadas e ele vir a ser o problema de não se encaixar.