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Covarde violência


A direção do DIARINHO se solidariza com o jornalista Sandro Silva e com todos os profissionais que foram tratados com desrespeito e truculência, na noite de quarta-feira, em Navegantes, no caso da morte de quatro suspeitos pela PM.

Se solidariza, especialmente, com as pessoas da comunidade que foram gratuitamente agredidas. Assim como nos solidarizamos com os policiais que têm sido alvo de atentados orquestrados por criminosos. Prezamos o trabalho da polícia Militar, mas o trabalho da imprensa também precisa ser respeitado.

Sandro, como jornalista profissional que é, foi até a Meia Praia para apurar a ocorrência que resultou na morte de quatro suspeitos (não foi divulgado se eles eram condenados pela justiça). Quando chegou ao local, não havia confronto entre os suspeitos e a polícia. Quatro pessoas estavam mortas, três haviam fugido e um suspeito estava preso. A situação estava controlada.

Havia grande contigente policial, homens fortemente armados que isolavam a casa onde as mortes aconteceram. E havia pessoas da comunidade buscando, desesperadamente, informações.

Sandro poderia ter apurado o caso por telefone, diriam alguns. Sim, seria mais seguro. Mas ele escolheu ir ao local para fazer o seu trabalho com profundidade.

Estava acompanhado do colega João Batista. E lá encontrou outros jornalistas e uma advogada. O grupo de profissionais, em vão, tentou se aproximar da polícia. Foi recebido com palavrões, ameaças, bombas de gás e tiros.

Importante frisar que dentre a multidão que se aglomerava na rua, apenas algumas pessoas enfrentaram a polícia Militar. Mas a maioria, pais de família, trabalhadores e donas de casas, estava apenas assustada com as mortes.

Inquestionável que o momento era de tensão e medo para todos, inclusive para a polícia. Mas inquestionável, também, que a polícia Militar optou por dispersar o aglomero atirando covardemente contra uma multidão desarmada.

Lastimamos, sobretudo, que um policial encapuzado, propositalmente, tenha mirado a arma contra a perna de uma pessoa que se identificava como jornalista e que se abrigava, indefesa, atrás de um automóvel. Foi o que aconteceu ao jornalista Sandro.

Para quem justifica a violência dizendo que a polícia Militar estava “fazendo o seu trabalho”, respondemos: os jornalistas também estavam fazendo o seu trabalho.

Apurar in loco, confrontar versões, fazer perguntas inconvenientes e contextualizar fatos é o trabalho do jornalista. Requer domínio da escrita, habilidade na apuração, disciplina, controle de emoções, coragem e honestidade para falar a verdade, mesmo quando esta é inconveniente para alguns. O jornalismo existe para que as pessoas que estão em casa, como você, leitor, tenham o direito de ser bem informadas.

Já a polícia precisa agir com o rigor e a força da lei contra o crime organizado. Mas nada justifica desrespeitar direitos ou agredir pessoas.

O nosso muito obrigado às muitas manifestações de solidariedade. Renovamos o compromisso do DIARINHO de fazer jornalismo. Este é o nosso trabalho.

STV


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