Por Jackie Rosa - jackierosa@hotmail.com
Sociedade, moda, comportamento e lifestyle
Publicado 28/01/2025 21:00
Alterado 28/01/2025 21:06
por Alexandre Padilha
Vem comigo entender essa história
Keinemusic é um coletivo de Berlim composto por cinco amigos que, em 2009, decidiram criar uma network label para expressar sua liberdade musical. Quem mais dá as caras por aí é o trio Adam Port, &ME e Rampa, mas o grupo tem ainda o Dj Renik e a artista plástica e designer Monja, responsável pela parte visual. E na vibe de levar techno e house de forma refinada, os caras acabaram criando um som que é pura personalidade, com elementos étnicos e todo esse hype em cima do afro, melodic e organic house. No começo eles chegavam, colocavam uma nuvem em cima do palco, a galera da pista formava uma espécie de Boiler Room e a mágica acontecia, com long sets geralmente em festas durante o dia, uma curadoria finíssima e uma forte identidade visual.
Hits e curiosidades
Foi nesse formato que momentos icônicos aconteceram, como o Drake com eles em Saint Tropez, o set no Burning Man e no Broklyn Mirage. As faixas lançadas individualmente por cada um são assinadas com o selo Keinemusik, como Rapture Party (&ME), Les Gout (Rampa) e Forms Love (Adam Port). Já Muyè, criada pelos três, tornou-se uma das mais icônicas. E claro, Move viralizou antes mesmo de ser oficialmente lançada, acumulando mais de 100 milhões de visualizações. O nome Keinemusik significa “não música” e veio da mãe do Rampa, que costumava dizer que esses sons barulhentos, como house e techno, não eram música.
O hype e as críticas
Para quem acompanha desde o início os shows no final de 2024 e a passagem de &Me nessa temporada, decretaram o fim da era Keinemusik do antigo testamento. O motivo, segundo eles, é o puro suco do hype. A mudança de comportamento (agora pop star), a ausência frequente do Rampa e a troca de sets completamente diferentes em cada apresentação, para sets repetidos, do tipo copia e cola mesmo, são algumas das alegações. Outra é que o hype atrai uma galera que não é da cena, que só vai pela moda (ah o lenço) e os valores dos ingressos acabam ficando nas alturas. Sem falar, a viralização de Move no Tik Tok.
O outro lado da moeda
Apesar das críticas, há quem diga que furar a bolha é um mérito e não é por acaso. Os caras mandam muito e sabem o que estão fazendo. Saíram do urderground berlinense com construções de sets bizarros. Além disso, a cena eletrônica é sobre mente aberta, respeito e celebração de diversas formas de expressão musical. Nem tudo precisa ser hard techno para ser autêntico ou relevante. Se eles conseguiram transitar do underground para o mainstream, é porque sua proposta continua forte o suficiente para atrair diferentes públicos. E aí, o que você acha? O Keinemusik perdeu sua essência?
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