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O zum-zum-zum da política e o ti-ti-ti dos políticos


Terrenão público de graça? Também quero!


Publicado 29/09/2024 11:19

 

O DIARINHO estampou na capa da última sexta-feira, a notícia do lançamento de um shopping anexo à Marina Itajaí, que vai ser construído num terreno de mais de 30 mil metros quadrados que não existia. Ele é fruto do aterro de parte do Saco da Fazenda que foi dragado porque estava assoreado e tal. A promessa era de que neste terreno seria construída uma praça, se bem me recordo.

Cerca Lourenço

Também o projeto da Marina Itajaí veio com a promessa de que haveria nela área de acesso público, enfim, tudo mentira. O que se fez foi usar recurso público para criar, primeiro um baita terreno onde havia área de rio e, depois, ceder esse terreno para a iniciativa privada – até onde sei, sem nenhum ganho para o município. Porque ali nada é concessão. Ali foi, ao que me parece, tudo doação. Ou não? Se estou errado, me corrijam.

E o povo?

Ao povo, restou nada. Ou, como dizia o velho ditado, o povo ganhou o mesmo que Luzia atrás da horta. A prigunta que fica é a seguinte: numa das cidades com um dos metros quadrados mais caros do Brasil, quanto vale um terreno de mais de 30 mil metros quadrados no centro da cidade?

De graça...

A resposta a esta simples indagação é o valor do patrimônio público que foi dado à iniciativa privada de graça. De graça? Hummm… E não venham me dizer que sou contra o progresso, empreendimentos, empregos e etc. Uma coisa é uma coisa. Não confundam...

Atrás do Mercado

Outra. Naquele puta terrenão que tem atrás do Mercado Público de Itajaí, na beira do nosso valão maior, o rio Itajaí-Açu, havia uma empresa falida chamada, se não me engano, Comard ou coisa assim.

Congraçamento

Pois bem, o município tomou o terreno para si com a intenção de fazer ali uma grande área de lazer, uma grande praça de congraçamento do povo de Itajaí com o rio Itajaí-Açu. Tipo Puerto Madero. Do nada, aquilo ali virou a sede da Capitania dos Portos. Totalmente fechada ao público. Cedida gratuitamente à Marinha do Brasil.

Um parênteses

(A prefeitura de Itajaí, por várias vezes, que me lembro, tentou dar acesso público, inclusive acenando com benfeitorias e tal ao Farol de Cabeçudas, que fica no alto de um morro com uma vista maravilhosa, um ponto turístico deslumbrante, que está cercado pela Marinha do Brasil, que mantém um cara lá cuidando pra não deixar ninguém entrar. Marinha cagou pro pedido de Itajaí. Só pra relembrar. E viva as Forças Armadas!).

Fábrica de papel

Como está ficando comprida essa conversa, queria relembrar só mais dois casos, rapidamente. A Fábrica de Papel Itajaí estava para ser tombada quando a prefeitura derrubou, num fim de semana, o prédio histórico e liberou o terreno para a iniciativa privada. Aquele é um terreno privilegiado, no encontro dos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim, que poderia ser um puta centro cultural, área de convivência e lazer, enfim, poderia... Agora é um local propício à criação de mosquitos da dengue enquanto seus futuros herdeiros e herdeiras, uma delas esposa do Robison Coelho, talvez futuro prefeito de Itajaí,  não resolvem vender ou fazer alguma coisa lá, com altos lucros, naturalmente.

Pra terminar

Quando foram retirados os tanques de combustíveis que aterrorizaram o bairro Cordeiros por décadas, criou-se um espaço, também no encontro do Itajaí-Açu com o Itajaí-Mirim, do lado de Cordeiros, onde seria erguida uma grande praça complementar ao Parque Náutico Odílio Garcia. Mas virou um terminal comercial, um pequeno porto pertencente, se não me engano, aos Dalçoquios. Porra! Era público!

Assim até eu

O que quero dizer é que há um histórico em Itajaí de apropriação de áreas públicas para benefício privado como não vejo igual em nenhum outro lugar.  Um tipo de “comunismo” ao reverso. Tirar do povo para dar aos ricos. Sei que não adianta nada falar. Tudo já foi consumado nas nossas barbas. Um conluio público-privado de várias administrações. Tudo na época foi denunciado e tal, mas nada impediu. A força da grana é foda.

Melhor pra viver

Agora, vêm esses candidatos a prefeito de Itajaí que estão por aí e ninguém fala disso. De tornar a cidade melhor pra viver. O contrário, querem liberar a construção de prédios na avenida Beira Rio, por exemplo.

Vai continuar?

Mais grana pra quem já tem muita, muita grana. O Robison Coelho (PL) é o que mais se manifesta nesse sentido, mas os outros também não fazem objeção, diga-se de passagem. O que significa dizer que o saque ao bem público em favor da riqueza de poucos, em Itajaí, vai continuar. Ou não? Ou estou errado?

Pra complementar

Há alguns anos, aqui, nesta mesma coluna, escrevi que as futuras gerações vão ter que derrubar o que foi edificado ao largo do Itajaí-Açu pra que possam ver o rio... 

Foto (Divulgação) 

 


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Comentários:

fernando menon

30/09/2024 15:44

e o ministério público? nao tem onde denunciar esses fatos para que os administradores prestem esclarecimentos? não pode ser simples assim, ao menos não deveria. vc já tentou ?

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