Por Magru Floriano - magrufloriano2008@gmail.com
Magru Floriano é graduado em História e Pedagogia, pos-graduado em Educação e Marketing, mestre em Educação. Professor universitário aposentado. Colunista e repórter desde a década de 1970
Publicado 24/12/2025 00:20
Diretas-já
O amigo Bola Teixeira me enviou réplica de uma foto publicada no Jornal de Santa Catarina quando nós fizemos a cobertura do movimento Diretas-já em Balneário Camboriú, a 14 de janeiro de 1984. Eu apareço atrás de Tancredo Neves e Esperidião Amin, ao lado do prefeito de Porto União Alexandre Puzyna. Cheguei a fazer uma pergunta para Tancredo e saí do encontro de alma lavada por ter conhecido e falado com Tancredo Neves – um ícone da política brasileira. O jornalismo tem dessas coisas...
Cotas I
Está nas mãos do governador Jorginho Mello um projeto aprovado pela ALESC – Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina – terminando com a institucionalização de cotas nas universidades instaladas em Santa Catarina. Se o governador assinar a lei, sem qualquer veto, instituições como a Univali, poderão ficar fora de programas do Governo Federal, como é o caso do PROUNI – Programa Universidade para Todos, e, FIES – Fundo de Financiamento Estudantil. Isso, porque esses programas federais exigem a utilização de cotas para beneficiar minorias e categorias menos favorecidas da sociedade.
Cotas II
O governador ficou em uma sinuca de bico entre as entidades educacionais e a ala ideológica radical na ALESC. Um grupo de deputados que legisla por critérios ideológicos, deixando de lado o bom senso e o interesse comum da população catarinense. Todos, deputados e governador, estão jogando para a plateia, buscando melhor posicionamento no cenário eleitoral do próximo ano – que já começou a se movimentar rapidamente em julho deste ano. (ou será que nunca parou ....?)
Cotas III
O projeto em mãos do governador coloca as instituições educacionais de Santa Catarina de frente com a política educacional do Governo Federal. A busca da inclusão para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência atinge em Santa Catarina cerca de 22 mil estudantes, 151 instituições particulares (Prouni) e 62 universidades (Fies). Palhaçada, é o nome disso que os políticos catarinenses estão fazendo.
Alucinação I
Tá começando a ficar sério esse negócio do boicote às sandálias Havaianas. Parece uma alucinação coletiva, um Brasil Paralelo ... Já tinha visto boicotes anteriores a marcas de grande porte por grupos de esquerda e direita (Bis, Avon, McDonald’s, Coca-Cola, Renner, Madero ...), contudo, nada se iguala ao que está acontecendo neste Natal com as Havaianas.
Alucinação II
A alucinação coletiva no boicote às sandálias Havaianas demonstra o risco do país entrar em convulsão social a partir de um pretexto qualquer, mesmo que seu conteúdo não tenha qualquer relevância política ou social. A massa se movimenta rapidamente sem pensar nas consequências futuras. Acaba, ali na frente, linchando, incendiando, depredando, perseguindo minorias ... como ocorreu no Nazifascismo, nas revoluções culturais do Comunismo oriental, etc.
Alucinação III
Agora, o fenômeno está sendo potencializado pelas redes sociais e o gatilho pode estar em mãos de jovens inexperientes, populistas, radicalizados e revisionistas ... Pior, é uma tendência mundial e não tem como parar o processo. Trata-se dos caprichos da história. Ela começou, aqui no Brasil, com a esquerda identificando McDonald’s e Coca-Cola como símbolo da presença imperialista americana no Brasil e, agora, é a vez da direita identificar e boicotar suas marcas inimigas.
Alucinação IV
A alucinação é tão rápida que sequer dá tempo de líderes e povão promoverem reflexão sobre o que estão fazendo e qual a consequência de seus atos. No caso das Havaianas, por exemplo, 90% dos empresários que comercializam a marca são de direita, e serão eles os mais prejudicados com o boicote à marca. Isso demonstra o quanto esses movimentos ideológicos relâmpagos trazem de perigo para toda a sociedade, até mesmo para aqueles que o alimentam.
Alucinação V
Por isso, que na coluna de ontem eu falei tratar-se de um ouroboros. Um símbolo milenar da cultura egípcia contendo uma cobra que se alimenta mordendo o seu próprio rabo, formando um círculo (veja na Internet). No lugar de devorar o adversário, acaba devorando a si próprio num processo de retroalimentação contínua. O radicalismo se alimenta de radicalismo.
Alucinação VI
Na minha avaliação, bem pouca coisa mudou na imagem das Havaianas. Quero crer que elas continuarão sendo reconhecidas pela população brasileira como a melhor arma contra as baratas ... as pequenas e as grandes.
AGENDA DEZEMBRO
* até 13 de janeiro 2026 – a abstração em diálogo com a literatura – Paulo Rosaé – Galeria da Casa da Cultura Dide Brandão.
* até 13 de janeiro de 2026 – Raízes – Rafael Saldanha – galeria da Casa da Cultura Dide Brandão.
* até 05 de janeiro – Recesso da Câmara de Vereadores.
* 27 a 31 de dezembro – Reveillon – Beira Rio e Molhes da Barra do Rio Itajaí.
AGENDA DE JANEIRO
- 06 de janeiro – Segundo Festival de Ternos de Reis – palco defronte à Casa da Cultura Dide Brandão – 19 horas.
- 08 de janeiro – Posse do pároco Márcio Vignoli na Paróquia do Santíssimo Sacramento do Itajaí – 19 horas.
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Publicado 23/12/2025 20:03