O comerciante Ivo Carlos Nunes, de 67 anos, o "Ivinho", filho do fundador da loja Rainha das Peças, de Itajaí, morreu neste fim de semana.

A loja é uma das mais tradicionais da cidade no ramo de peças e consertos de eletrodomésticos. Fundada há mais de 50 anos, funciona na rua João Bauer, no centro de Itajaí.

Ivo passou por uma cirurgia coronária, teve complicações no pós-operatório, sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.

O velório acontece neste domingo na capela velatória Angelus, em frente ao cemitério municipal de Itajaí, na avenida Sete de Setembro, no bairro Fazenda. O sepultamento será na segunda-feira, às 10h, no cemitério da Fazenda.

A história da Rainha das Peças começou em uma pequena sala no centro de Itajaí e se transformou em referência para quem busca soluções para fogões, geladeiras, aspiradores de pó, utensílios de cozinha e outros equipamentos do dia a dia.

Ao longo de cinco décadas, a loja se tornou sinônimo de confiança, qualidade e bom atendimento — características construídas por Ivo e sua família com dedicação e carinho pela comunidade itajaiense.

“Meu pai estava desempregado e, em 1968, a situação estava difícil em Itajaí. Tínhamos também uma lojinha, que ia de mal a pior. Diante disso, ele viajou em busca de trabalho. Ficou quatro dias em São Paulo e resolveu voltar. Só que, ao se dirigir ao terminal rodoviário, passou por uma distribuidora de peças para fogões a gás e entrou para comprar algumas peças para arrumar o fogão de casa. Esse fato mudou sua vida”, contou Ivo ao DIARINHO, quando comandava a loja e participou de um especial sobre os 161 anos de Itajaí, no ano de 2021.

Na época, o comerciante que assumiu a loja após a morte do pai, há mais de 30 anos, lembrou que, enquanto os pais cuidavam do comércio, ele enchia sacolas com peças e saía de bicicleta para vender também em Navegantes, Penha e Piçarras. “Além de fazer manutenção e reparos, era uma forma de divulgar a loja”, disse, destacando que os outros quatro irmãos também ajudavam nos negócios.

Atualmente, a Rainha das Peças é considerada patrimônio da cidade, e Ivinho creditava isso à fidelidade dos itajaienses. “Temos clientes na quarta geração. Meu pai atendia os avós e eu atendo os netos e até bisnetos. Isso é muito positivo, mostra a valorização da nossa gente pelo que é da cidade”, afirmou ao DIARINHO.

Para Ivo, ser itajaiense era viver em um polo disputado, cercado de gente trabalhadora e determinada. “É ter o dom de valorizar e mostrar o potencial que a cidade tem de acolher e abraçar, de receber aqueles que vêm de fora e escolhem Itajaí para viver”, completou, sabiamente, à época sobre o aniversário e a história de Itajai.