Integrantes do funcionalismo público municipal de Navegantes ficaram de fora da sessão legislativa de segunda-feira, na câmara de vereadores, e tiveram inclusive de “encarar” a polícia, chamada pela mesa diretora para conter eventuais protestos na área externa do prédio público.
A situação despertou a revolta dos trabalhadores – em especial dos vinculados ao Sindicato dos Servidores Públicos da Foz do Itajaí-Açu (Sindifoz) –, porque nem mesmo representantes sindicais puderam ...
A situação despertou a revolta dos trabalhadores – em especial dos vinculados ao Sindicato dos Servidores Públicos da Foz do Itajaí-Açu (Sindifoz) –, porque nem mesmo representantes sindicais puderam entrar, sob a alegação de que o espaço está em reformas e que o acompanhamento das sessões pelo público deve se dar de maneira 100% virtual, pelo menos neste mês de novembro.
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A situação é irregular, segundo o sindicalista Francisco Johansen, presidente do Sindifoz, pois impede a pressão pública sobre os parlamentares e o acompanhamento direto de temas que impactam os servidores. “Um descaso com servidores públicos, que fomos conversar pacificamente e cobrar direitos. Chamaram a polícia como se fôssemos perigosos. Tudo o que queríamos era o diálogo”, declarou o servidor Daniel Luzia.
O funcionalismo de Navegantes está em estado de greve desde o dia 18, contrariando propostas apresentadas pelo prefeito Liba Fronza (PSD), que, segundo a categoria, representam riscos à aposentadoria, à regularização de afastamentos por doença e a outras garantias dos servidores.
Johansen afirma que há situações polêmicas propostas sem diálogo com o funcionalismo, como a contratação temporária, demissões arbitrárias e sem multa contratual, e até uma carência de seis meses entre um contrato e outro para o servidor. Há ainda o decreto nº 479/2025, que, para o Sindifoz, traz diversas contradições ao tentar normatizar atestados médicos e readaptações, e cuja revogação é defendida pelo sindicato.
O DIARINHO apurou que, nesta segunda, houve dois projetos relativos à Educação. O primeiro cria o cargo de professor de atendimento educacional especializado e fixa seus vencimentos; o segundo trata de alterações de nomenclaturas em departamentos e conselhos escolares. Ambos foram aprovados.
Rampa em obras
Ao DIARINHO, a assessoria de imprensa da câmara confirmou que não há liberação de público por conta da reforma. “O acesso está liberado somente aos vereadores e servidores, para não parar os trabalhos durante as obras”, destacou a assessoria, detalhando que a rampa de acesso ao segundo andar e ao plenário passa por melhorias.
Ainda segundo o Legislativo, todos os vereadores estão disponíveis para conversar com o sindicato e com qualquer outra categoria profissional, e a interdição havia sido informada com antecedência. “A polícia foi acionada apenas para conter qualquer animosidade”, completou a assessoria. O acesso às sessões deve ser normalizado no início de dezembro.
Os parlamentares Jonas de Souza (MDB), Delegada Patrícia (PSD) e Arthur Emílio (MDB) conversaram com os trabalhadores já na saída da sessão. Nesta quarta, está prevista uma reunião entre parlamentares e o funcionalismo.