Dois dias depois da faixa reversa da avenida do Estado Dalmo Vieira ser desativada, o trânsito de Balneário Camboriú já teve o primeiro susto. Na tarde de terça-feira, um caminhão carregado de bombonas de água não conseguiu subir o morro da avenida das Gaivotas, no Ariribá, e acabou travando no meio da ladeira. Parte da carga se soltou e rolou rua abaixo, no meio dos carros e motos que tentavam subir.

O caso foi por volta das 15h30 e chamou atenção de moradores, que gravaram vídeos mostrando a carga espatifada. “Agora quero ver a prefeitura falar que deu 50 dias sem acidente e que nenhum caminhão deixou de subir. Quero ver eles se responsabilizarem se der uma tragédia”, desabafou uma moradora, criticando o posicionamento do município de que o trecho é seguro.

Segundo a BC Trânsito, o caminhão Mercedes-Benz L1418 perdeu força por causa do excesso de carga. Ao tentar dar ré, parte das bombonas — que estavam mal amarradas — se soltou e desceu a avenida. Os agentes colocaram calços nos pneus para evitar que o veículo voltasse ladeira abaixo e interditaram o trânsito em meia pista. Outro caminhão foi chamado para transferir a carga, e depois do reequilíbrio do peso, o veículo foi escoltado para seguir viagem em segurança.

Ladeira da Gaivotas virou caminho obrigatório

Desde domingo, a avenida do Estado Dalmo Vieira voltou a ter quatro pistas normais, e a faixa reversa, criada durante as obras do Ariribá, foi retirada. A reversa era mais plana e direta, usada principalmente por caminhões pesados para evitar a ladeira.

Com o fim dela, o acesso à avenida Martin Luther passou a ser feito pela avenida das Gaivotas, com uma segunda opção pela rua Flamingo, que voltou a ser mão dupla.

Durante o período da faixa reversa, o município vinha dizendo que não houve acidentes e que os caminhões conseguiam subir normalmente pela Gaivotas — o que muitos moradores contestaram.

Prefeitura mantém o discurso de que a via é segura

Mesmo com o incidente, a Prefeitura de Balneário Camboriú reafirma que a avenida das Gaivotas é o principal à Martin Luther e garante que a mudança é segura. Em nota, o município disse que o problema foi causado pela carga mal amarrada, e não por falha na via.

“O agente de trânsito prestou todo o atendimento necessário, e foi preciso transferir os galões pra outro caminhão da empresa”, informou a administração. Segundo a prefeitura, há estudos técnicos de viabilidade que garantem que o trajeto é adequado, “tanto que outros caminhões realizam o percurso normalmente”.