Cultura
Nova Trento homenageia famílias italianas com bosque de café
Mais de 200 mudas recebem nomes de imigrantes e descendentes
Camila Diel [editores@diarinho.com.br]
Mais de 200 famílias de imigrantes italianos foram homenageadas no Bosco delle Radici, em Nova Trento, com um grande plantio de mudas de café. O evento reuniu mais de 500 familiares no domingo.
Cada família plantou uma muda de coffea arábica, que recebeu a identificação com o nome do homenageado. O bosque fica na Estufa Cipriani, no bairro do Vígolo, e poderá ser visitado pelos familiares a qualquer momento.
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A aposentada Neli Dalri foi uma das homenageadas. “Cada árvore terá a sua família, suas lembranças, sua raiz e histórias de seus antepassados. Me sinto honrada de fazer parte deste momento”, diz.
A idealizadora do projeto, Marileia Cipriani Tomasoni, explica o propósito. “A criação do bosque tem o principal objetivo de celebrar a cultura italiana e a sua contribuição para a identidade local, simbolizar cada família imigrante por meio do plantio de árvores, eternizando assim as suas histórias, fortalecer o sentimento de pertencimento e a ligação com as origens”, disse.
A inspiração veio do bosco do Altopiano della Vigolana, no Vigolo Vattaro, em Trento, cidade natal de Santa Paulina. As mudas escolhidas foram de café. No futuro, as mesmas famílias devem fazer uma colheita.
Etapas anteriores
O Bosco delle Radici teve dois plantios antes do evento deste final de semana. Em 21 de fevereiro, data dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, três mudas de oliveira homenagearam Amábile Lúcia Visentainer, a Santa Paulina, e as irmãs Virgínia Nicolodi e Teresa Ana Maulen, fundadoras da congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Em junho, mais 20 famílias receberam homenagens com mudas de café. Uma comitiva de Trento, na Itália, participou da cerimônia.
Projeto quer eternizar histórias
O bosque nasceu de pesquisa histórica que resgata a memória de famílias italianas, com base nos 388 imigrantes que chegaram em 21 de fevereiro de 1874, no navio La Sofia, no porto de Vitória, no Espírito Santo. O levantamento acompanha a migração dessas famílias para outras regiões até a chegada em Santa Catarina, em 1875, e localiza seus descendentes. Segundo o IBGE, o Brasil abriga cerca de 30 milhões de descendentes de italianos, a maior população do mundo fora da Itália.
Para os idealizadores e participantes do projeto, a ação quer eternizar histórias, fortalecer vínculos com as origens e criar um novo atrativo turístico-cultural em Nova Trento.
Camila Diel
Camila Diel; jornalista no DIARINHO; formada pela Univali, com foco em jornalismo digital e produção de reportagens multimídia.
