bar de macumba

BC tem primeiro bar temático de religiões de matriz afro

No Macumbar, comida, acolhimento e ancestralidade se misturam num ambiente que celebra a diversidade

Macumbar foi inaugurado em 13 de junho, dia de Bará (Foto: Giselle Leal)
Macumbar foi inaugurado em 13 de junho, dia de Bará (Foto: Giselle Leal)
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Um espaço para comer bem, ouvir boa música e, acima de tudo, se sentir acolhido na fé. Essa foi a motivação de Vagner Alencar, morador de Itajaí e pai de santo há mais de 20 anos, para criar o Macumbar, o primeiro bar temático de religiões de matrizes africanas de Balneário Camboriú. A ideia nasceu de uma vontade antiga e virou realidade em tempo recorde: o bar foi inaugurado em 13 de junho, propositalmente no dia de Bará, orixá das encruzilhadas e dos caminhos.

“Sempre fui de religião, há mais de 30 anos. E sempre me senti constrangido nos bares e restaurantes, porque não conseguia nem conversar direito com os amigos, sempre tinha gente olhando torto”, conta Vagner. “Faltava um lugar onde a gente pudesse se sentir à vontade”.

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A casa onde hoje funciona o Macumbar estava parada. Vagner, que é também chef do restaurante do Hotel Vieiras, em Balneário, comentou com a chefia do hotel que não sabia o que fazer com o imóvel — e ouviu o incentivo que precisava. “Juntei as duas coisas que mais amo: minha religião e a gastronomia”, conta.

A decisão veio de repente, no final de maio. No dia 27, ele deu o pontapé inicial e anunciou para a família a amigos: “Vou abrir um bar de macumba!”. A ideia foi ganhando força e se tornou realidade com a ajuda dos filhos de santo, da mãe e da cunhada. Toda a estrutura foi montada em poucos dias: paredes de barro feitas à mão, cardápio com nomes que remetem aos rituais da religião e um ambiente cheio de referências simbólicas. Tudo pensado com o máximo de respeito e realismo.

Despachos e Marafos

O cardápio de comidas foi batizado de “Despachos”, com pratos que variam de R$ 37 a R$ 60, e os drinques especiais foram chamados de “Marafos”, com média de R$ 35. A cunhada, bartender, foi quem criou a carta de bebidas, enquanto a mãe do Vagner o auxilia na cozinha. O que começou “sem pretensão” foi sucesso logo na estreia.

No dia da inauguração, a casa lotou. Desde então, os sábados seguem cheios. “Minha cunhada faz o marketing e quis patrocinar, mas preferi deixar todo o engajamento orgânico”, revela. A decisão deu certo: a postagem de apresentação no Instagram teve mais de 1,3 mil curtidas e o perfil já acumula mais de 15 mil seguidores.

Localizado na rua Aurora, 450, no Jardim Iate Clube, o Macumbar é pet friendly e já recebe até clientes que chegam de barco e jet ski. Os planos agora incluem melhorias na estrutura e no som da casa, que já virou referência de acolhimento, visibilidade e respeito para quem professa as religiões afro-brasileiras.

Gabriel Machado e Michele Almeida, que conheceram o lugar pelo Instagram, definem o bar como “incrível, inclusivo e com atendimento maravilhoso”. “A nossa religião acolhe, abriga todo mundo. E é maravilhoso um lugar onde a gente se sente aceito e representado”, diz Michele.

Já a cantora e musicista Laila Favato reforça o encantamento: “É incrível, porque cada canto do lugar é temático, tem detalhes das religiões de matriz africana. Estou muito grata em me apresentar aqui”.

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O som da casa também tem identidade própria. O DJ, amigo do proprietário, criou uma música exclusiva para o Macumbar, que embala as noites com alegria e ancestralidade. Vagner, emocionado, resume o espírito do local:

“A umbanda é caridade e amor. E agora temos um espaço que transmite isso, com fé, comida boa e liberdade para ser quem somos”.



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