A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o traficante André Luiz Miranda do Nascimento, o Andrezão, no bairro Dom Bosco, em Itajaí. Ele é investigado por tráfico internacional de drogas, comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
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Andrezão tinha recebido da justiça federal o benefício de prisão domiciliar com o argumento de ter sido contaminado com sarna no período em que ficou no Presídio Regional de Itajaí. Ele ...
Andrezão tinha recebido da justiça federal o benefício de prisão domiciliar com o argumento de ter sido contaminado com sarna no período em que ficou no Presídio Regional de Itajaí. Ele estava usando tornozeleira eletrônica no braço, já que tinha sarna nas pernas e não poderia receber o tratamento no presídio.
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O Ministério Público Federal recorreu da decisão concedida para o cliente do advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, e os desembargadores federais reverteram a decisão. O mandado de prisão foi expedido pela 22ª Vara Federal de Porto Alegre, e a captura foi na casa dele, no Dom Bosco, na manhã desta sexta. Andrezão não resistiu à prisão.
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Aprontando desde os anos 90
No ano passado, Andrezão já tinha recebido benefício parecido da justiça. Em agosto, ele voltou para a cadeia após a revogação de sua liberdade provisória pelo Tribunal Regional Federal (TRF) de Porto Alegre. A decisão foi na Operação Hinterland, deflagrada pela Polícia Federal em 2023 para desmantelar uma rede de tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa, utilizando os portos de Itajaí e Rio Grande (RS), e duas grandes empresas de logística dessas cidades. Na época, Andrezão foi preso em sua casa, no bairro São Vicente. Toda a direção da empresa de logística estava envolvida no tráfico internacional de drogas.
A operação da PF, em março de 2023, resultou na prisão de Andrezão em Itajaí, do CEO da empresa em Balneário Camboriú e de mais três pessoas na região. As empresas tinham licença de operadores portuários, o que lhes permitia burlar o sistema de fiscalização aduaneira e facilitar o embarque das drogas para o exterior.
O advogado de defesa de Andrezão, Cláudio Gastão da Rosa Filho, tinha conseguido a liberdade provisória alegando excesso de prazo do processo penal. No entanto, o Ministério Público Federal recorreu da decisão e o TRF4 revogou o benefício. André foi identificado como o líder do esquema responsável pela venda de toneladas de cocaína, avaliadas em bilhões de dólares, para o exterior.
Mais acusações
Além deste processo na Justiça Federal, Andrezão enfrenta recurso do Ministério Público em outra investigação sobre tráfico de drogas. Ele, a esposa Sandra Vandelinde do Nascimento, conhecida como “Sandra do Parque das Palmeiras”, que foi candidata a vereadora em Itajaí nas eleições de 2020, e outras seis pessoas foram alvo de operação da Polícia Civil em Balneário Piçarras, em outubro de 2020.
Em maio deste ano, a Justiça inocentou o grupo por falta de provas, mas o MP discordou da decisão e recorreu para reverter a absolvição concedida pelo juiz Gustavo Schlupp Winter, de Barra Velha.
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Sandra e Andrezão foram presos em 27 de outubro de 2020 com R$ 3 milhões em dinheiro vivo, entre dólares e reais. O casal teve ainda R$ 14 milhões em bens imóveis sequestrados pela Justiça. A prisão rolou após nove meses de investigação, que começou com a apreensão de duas toneladas de maconha em setembro de 2019, em Barra Velha e Piçarras.
Andrezão já foi preso pela Polícia Federal de Itajaí e tem três condenações por tráfico de drogas: em 2007, 2011 e 2013.