A Câmara de Vereadores de Penha recebeu a denúncia de intimidação e ameaça contra a vereadora Emanoelly Rodrigues, a Manu “Adote Penha” (PP). A denúncia foi apresentada aos parlamentares na noite de segunda-feira e, por seis votos a cinco, foi aceita. Com isso, uma Comissão Processante foi instaurada e será presidida pelo vereador Osmauro Luiz Fassbinder (PL), com o relator Sérgio Orêncio Vieira (PSD), e Antônio Alfredo Cordeiro Filho (MDB).
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A comissão terá 90 dias para concluir a investigação e apresentar o relatório para votação no plenário. Manu pode perder o cargo se dois terços dos vereadores votarem pela cassação – o ...
A comissão terá 90 dias para concluir a investigação e apresentar o relatório para votação no plenário. Manu pode perder o cargo se dois terços dos vereadores votarem pela cassação – o que equivale a nove votos necessários pra perda do mandato.
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Segundo o advogado Vitor Vilas Boas Dantonio, o médico veterinário tem 10 anos de experiência, é proprietário de uma clínica em Piçarras há quatro anos e foi credenciado para prestar serviços veterinários em Penha. O contrato estabelece 150 castrações mensais e 20 atendimentos gratuitos a pessoas carentes. Segundo o advogado, o veterinário cumpriu todas as exigências contratuais.
Este ano, a vereadora solicitou atendimentos veterinários por meio da prefeitura, via Instituto Municipal do Meio Ambiente (Imap). Nos pedidos, constava sua identificação como vereadora, o que o advogado considera uma forma de intimidação. Em alguns casos, Manu teria assinado documentos com esse título e informado que o animal não tinha tutor.
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O conflito teria se agravado quando a vereadora passou a usar suas redes sociais para questionar a qualidade dos serviços da clínica. Segundo o advogado, em algumas situações, ela chegou a acionar a Polícia Militar, denunciando supostos problemas que não existiam.
Vitor alega que a atitude de Manu configura favorecimento pessoal, uma vez que ela estaria utilizando seu poder político e suas redes sociais para prejudicar a clínica e, simultaneamente, promover sua própria ong. O caso também foi denunciado ao Ministério Público.
Politicagem
Ao DIARINHO, Manu afirmou que estão construindo uma narrativa equivocada sobre o caso. “O que eu fiz foi levar um animal até um local, com autorização do secretário do Meio Ambiente e do próprio prefeito [Luizinho Américo]. Quando cheguei lá, encontrei uma resistência para não aceitar o animal e tive que chamar a polícia. Na verdade, o que está acontecendo é o incômodo da clínica veterinária pelo fato de eu solicitar ao Imap, juntamente com a atual gestão, o descredenciamento da clínica”, destacou.
Os motivos para o pedido de descredenciamento seriam a distância da clínica, que fica no bairro Itacolomi, e a conduta veterinária aplicada. “Questionar a utilização do dinheiro público de forma correta incomodou. Se eu não puder mais fazer isso, como é que vai ser?”, acrescentou a vereadora.
Manu também afirmou que o caso foi levado à votação sem que o MP tivesse sequer recebido a denúncia. “A gente deveria estar se preocupando em estar servindo a população. Eu estou vendo que isso que está acontecendo, na verdade, é uma verdadeira politicagem”, completou.
Treta com protetoras
O veterinário que apresentou a denúncia contra Manu foi o mesmo que, fevereiro de 2021, agrediu duas protetoras em Balneário Piçarras após ser questionado sobre o estado de saúde de um cachorro de rua atropelado. As mulheres foram agredidas e a PM acionada.