O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), usou as redes sociais para repudiar a decisão do governo federal de federalizar o Porto de Itajaí e transferir sua gestão para a Autoridade Portuária de Santos (APS), a partir de janeiro de 2025. Já o prefeito eleito Robison Coelho (PL), ex-secretário de Estado de Portos e Aeroportos, adotou um tom mas concicilador e considerou precipitada a forma como o processo foi conduzido.
“Estou indignado com a atitude do governo federal em passar a autoridade portuária para São Paulo. Isso é uma vergonha. Eu preciso reagir como governador de Santa Catarina. O povo de Itajaí não aceita ...
“Estou indignado com a atitude do governo federal em passar a autoridade portuária para São Paulo. Isso é uma vergonha. Eu preciso reagir como governador de Santa Catarina. O povo de Itajaí não aceita isso”, disse Jorginho no vídeo.
O governador criticou o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, pela decisão de transferir a autoridade portuária ao advogado João Paulo Tavares Bas-tos Gama, ex-presidente da OAB de Itajaí e ex-candidato a prefeito pelo PT, afir-mando que a gestão ficará subordinada à Companhia Docas de São Paulo (CO-DESP). “Eu não tenho dúvida que Santa Catarina não merece isso. O PT de Santa Catarina não podia fazer essa sacanagem com Santa Catarina. Por isso, eu quero apelar ao deputado Décio Lima, que foi quem coordenou isso tudo. Não faça isso com Itajaí. Não faça isso com a população de Itajaí”, completou.
Já o prefeito eleito Robison Coelho considerou que a decisão de federalização foi feita de forma unilateral e tomada sem diálogo, audiência ou consultas. "É uma decisão tomada de forma precipitada, sem o envolvimento de quem realmente entende a dinâmica do Porto e da cidade, e os impactos que ele tem para Itajaí. Itajaí sempre foi um porto referência no Brasil, e essa mudança já foi ensaiada em 2023 pelos mesmos interlocutores”, afirmou Robison.
O prefeito eleito também alertou para as consequências da federalização. "A federalização traz um grande risco de centralização do poder em Brasília, o que pode afastar Itajaí das decisões que mais nos afetam. Nosso porto, que é um dos maiores motores da nossa economia, sempre foi símbolo de independência e força local. Agora, com a União no controle, temos que ficar atentos para que nossa cidade não perca autonomia em prol de interesses distantes. Lamento muito a ausência da atual gestão nesse debate, nosso mandato se inicia apenas em 2025, esperávamos receber o porto sob gestão municipal”, disse.
Robison ainda adiantou que pretende conversar de forma construtiva com o governo federal. "Minha missão será trabalhar para que a cidade de Itajaí não seja mais prejudicada do que já foi por essa decisão. Precisamos garantir que, mesmo com a federalização, o porto continue a ser uma ferramenta de desenvolvimento para nossa população", concluiu.