A Delegacia de Proteção à Mulher, Criança e ao Adolescente de Itajaí e o Ministério Público investigam a morte do bebê Israel Santos Machado, de seis meses, sob acusação de negligência no pronto-atendimento de Balneário Piçarras. Israel faleceu em 13 de março de 2022, mas a apuração só avançou em setembro deste ano, após o pai buscar o MP para cobrar a falta de providências.
O pintor Sérgio de Carvalho Machado, de 40 anos, relatou que o filho adoeceu após um dia em que esteve na creche. A mãe, Cristiane, levou o bebê ao PA de Piçarras, onde ele foi atendido ...
O pintor Sérgio de Carvalho Machado, de 40 anos, relatou que o filho adoeceu após um dia em que esteve na creche. A mãe, Cristiane, levou o bebê ao PA de Piçarras, onde ele foi atendido por um médico que receitou um remédio e liberou a criança. No dia seguinte, com a febre forte, a família retornou ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), onde a mãe foi orientada a procurar novamente o PA, pois Israel continuava muito doente. Após a nova ida ao PA, o bebê foi encaminhado ao hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, mas, bastante debilitado, não resistiu e faleceu.
O atestado de óbito apontou “causa ignorada” como motivo da morte. “Minha esposa e eu estamos muito abalados e sentimos que nada foi feito para responsabilizar os culpados pela morte do nosso filho”, desabafou Sérgio. Ele contou que o médico que atendeu Israel no PA continua trabalhando, o que revolta a família.
Após a denúncia pela falta de investigação, o MP solicitou à delegacia de Itajaí a apuração do caso. A delegada Vivian Mattos, responsável pela investigação, abriu o inquérito policial e ouviu o depoimento de Sérgio. A mãe de Israel deve depor na próxima semana. “Requisitamos o prontuário médico, laudos da perícia e ouviremos todos os envolvidos. A investigação deve esclarecer a causa da morte e apurar se houve negligência médica no atendimento”, informou a delegada.
Israel era o filho caçula de Sérgio e Cristiane, que têm outros quatro filhos, de 5, 6, 11 e 13 anos. “Já chorei muito... Se tivesse levado meu filho para o Pequeno Anjo antes, talvez ele tivesse sido salvo. Nunca imaginei enterrar um filho. Sofro todos os dias com as lembranças. Não é justo que a morte fique sem respostas; essa situação precisa ser investigada”, desabafa o pai.
A prefeitura de Piçarras ainda não informou se existe alguma sindicância interna sobre a possível negligência da equipe médica.