LOTERIA INSTANTÂNEA
“Raspadinha” volta pra “concorrer” com bets
Caixa anunciou que jogo terá bilhetes a partir de R$ 2, com prêmios de até R$ 2 milhões, e logo será on line
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A loteria Instantânea, conhecida como “raspadinha”, voltará às lotéricas a partir do dia 2 de novembro, após nove anos fora do mercado. A faixa de premiação vai de R$ 2,50 até R$ 2 milhões, com os preços dos bilhetes entre R$ 2 e R$ 20.
Os bilhetes ainda serão físicos, mas há planos para, em breve, a modalidade ganhar a versão digital, com apostas pelo celular. O retorno será com novo visual nos bilhetes, que terão estampas temáticas conforme o tipo de aposta. A promessa, também, é de mais prêmios, com os apostadores tendo mais chances de ganhar. A cada três bilhetes, um será premiado, diz a Caixa.
Parte da arrecadação das apostas será destinada a repasses sociais, contribuindo para áreas essenciais ao desenvolvimento do país, como cultura, esporte, segurança e seguridade social. “Além de proporcionar prêmios atrativos aos apostadores, a Instantânea, assim como todos os jogos da Caixa Loterias, cumpre importante função social”, defende o banco.
Um dos jogos mais conhecidos no mundo, a raspadinha foi sucesso no Brasil de 1960 até 2015 com o nome de Lotex, quando a modalidade foi suspensa por decisão da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou ilegalidade na maneira como o modelo era adotado. Nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), houve tentativa de privatizar a loteria, mas a concessão não avançou.
Já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério da Fazenda autorizou a Caixa a retomar a modalidade, após decreto presidencial, em 2023, que alterou a legislação e regulamentou a venda dos bilhetes. A exploração da loteria Instantânea foi liberada por dois anos. A previsão é de arrecadar cerca de R$ 2,9 bilhões até 2026.
A criação da Instantânea é respaldada pela lei 13.155/2015, que instituiu a Loteria Instantânea Exclusiva, e pelo decreto 11.675/2023, que regulamentou sua comercialização. No período que o jogo foi extinto, a Caixa teria deixado de arrecadar R$ 8 bilhões. Até 2015, o banco vendia cerca de 80 milhões de bilhetes por ano, sendo um dos jogos mais populares do mundo.
Como vai ser
Para jogar, o apostador terá que comprar o bilhete em uma casa lotérica, raspar a área de jogo e verificar se foi premiado ou não; as instruções ficam no verso do bilhete. A premiação é imediata. Os valores de até R$ 2259, por bilhete, podem ser resgatados nas lotéricas. Já os prêmios acima desse total devem ser retirados em agências da Caixa.
O banco afirma que a “raspadinha” é o jogo com mais chances de o apostador ganhar, com probabilidade de 65% de premiação em cada aposta. Na média, um em cada três bilhetes será premiado. As estampas terão temáticas variadas. Para o lançamento, serão usados os temas “Trevo da Sorte”, “Só o Ouro”, “Roda da Sorte”, “Caça ao Tesouro” e “VIP”, que será o bilhete com maior prêmio.
Bets estão na mira
A volta da “raspadinha” acontece em meio à febre das “bets”, apostas on-line que estão no alvo de regulamentação pelo governo federal. A própria Caixa também planeja entrar nesse mercado, com previsão de começar a ofertar apostas on-line a partir do ano que vem, tanto com “bets” como uma versão digital da “raspadinha”.
Conforme dados da Caixa, o Brasil arrecada R$ 18 bilhões por ano com jogos, representando 0,21% do PIB. A taxa é menor que outros países bem menos populosos, como Portugal (1,17% do PIB), Espanha (0,96%), Argentina (0,46%) e Uruguai (0,39%), com o Brasil tendo potencial de crescimento nas modalidades mais populares.