A Mada Araújo Asset Management Ltda, vencedora do contrato de arrendamento transitório do Porto de Itajaí, teve o prazo para apresentação do Plano Básico de Implantação (PBI) prorrogado por mais 30 dias, com aval da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq).

O aumento do prazo foi liberado na segunda-feira desta semana por Bruno Neri da Silva, diretor de Novas Outorgas e Políticas Regulatórias Portuárias da Antaq. “Os 30 dias que a Antaq concedeu é para apresentação do plano básico de implantação. O prazo para alfandegamento e principalmente para atingir a movimentação de 44 mil TEUs permanece o mesmo”, adiantou o superintendente do Porto, Fábio da Veiga.

Segundo Marco Antônio de Araújo, CEO da Mada, a prorrogação do contrato ocorreu por conta dos períodos de festas de fim de ano. “Assinamos contrato dia 15/12/2023 e as semanas subsequentes representaram período de recesso às atividades comerciais, onde efetivamente o mercado retornou à sua plenitude em 08/01/2024. Apesar disso, nosso PBI está praticamente pronto e seu estágio atual fora apresentado ao superintendente Fábio da Veiga pelo senhor Bayard Neto, vice-presidente da Transbrasa, nesta quarta-feira”, informou Marco Antônio.

Marco Antônio destacou que, apesar da Mada ter vencido o processo transitório, a Transbrasa, empresa que está há quase 50 anos no mercado, será responsável por trazer operadores para atuar no porto itajaiense, atuando como operadora portuária. “Apesar da Mada Araújo já ter a pré-qualificação de operador, essa expertise será conduzida pela Transbrasa”, explicou.

O CEO da Mada acredita que a movimentação no terminal de Itajaí deva ocorrer em cerca de 100 dias. “Se nossos cronogramas forem cumpridos pelos fornecedores que estão sendo contratados, além de aguardarmos a relatório final dos equipamentos e finalização do alfandegamento, que em média levaria 90 a 100 dias, poderemos dar início às operações físicas. Reiterando que nossos esforços concentram-se em dar celeridade máxima”, explicou.

Para iniciar a operação portuária, a Mada precisa do licenciamento ambiental  e, principalmente, do alfandegamento – procedimento que está pendente da atuação da Receita Federal, além de atualização dos sistemas de segurança, acompanhamento por engenheiros especializados, e melhorias na infraestrutura, como rede elétrica, água, esgoto e retroárea.

O contrato

A Mada Araújo deverá operar no Porto de Itajaí movimentando carga de contêineres e carga geral em uma área de 79,9 mil m². A empresa promete movimentar pelo menos 44.600 TEUs (contêineres de 20 pés) por mês. O contrato de arrendamento transitório tem validade de dois anos, podendo ser prorrogado enquanto não acontecer a licitação definitiva do terminal.

Setor está apreensivo por início das operações

A Intersindical está desanimada com a falta de previsão para o início das operações de contêineres no Porto de Itajaí. “De contêiner, até agora nada. Não acreditamos em mais nada”, disse o presidente da Intersindical, Ernando José Corrêa.  Já o advogado Eclésio da Silva, ligado a empresas logísticas e presidente da Associação Empresarial de Itajaí por duas gestões, está esperançoso com o início das operações. “O setor está aguardando as definições, a Mada está dentro do prazo contratual e esperamos que tudo isso ocorra da melhor forma e o mais rapidamente possível, também para que se tenha o reinício das manobras e das operações portuárias em Itajaí. Agora nos resta aguardar, o contrato está assinado e dentro do prazo para apresentar as exigências contratuais. Agora é só cumprir e contratar os armadores e vamos em frente, vamos adiante, a expectativa é a melhor possível para todos nós”, destacou.

A Transbrasa

A Transbrasa, empresa que irá conduzir o processo operacional do Porto de Itajaí, foi fundada em 1974 como uma transportadora. As informações divulgadas no site da empresa destacam que, por empenho e dedicação do então gerente, Bayard F. Umbuzeiro Filho, a empresa expandiu seus negócios e desde então vem crescendo no mercado. Desde 1997, a empresa opera na concessão de alfandegamento de pátios, armazéns, terminais e outros locais destinados à movimentação e ao depósito de mercadorias importadas ou destinadas à exportação.