Investimentos de R$ 1,25 bi para Itajaí entrar na rota dos combustíveis
Terminais têm expectativa de movimentar 3,5 milhões de toneladas por ano
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
(Imagem Ilustrativa)
Terminais são alternativa para movimentação portuária, defende Jonny (Arquivo Pessoal)
A construção de três terminais portuários para movimentação de granéis líquidos na margem direita do rio Itajaí-açu deve incluir novamente a região na movimentação de combustíveis por via marítima. Os projetos somam mais de R$ 1,25 bilhão em aportes da iniciativa privada. A expectativa é de que o primeiro dos terminais entre em operação até 2026 e os outros dois operem até 2030, com a movimentação de 3,5 milhões de toneladas de combustíveis por ano. Itajaí já teve sua economia alavancada pelas operações com combustíveis na década de 1950 até a primeira metade dos anos de 1990, quando entraram em operação os oleodutos da Petrobras. O superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga, vê a diversificação para a movimentação de combustíveis como de extrema importância para Itajaí, não apenas pelo potencial gerador de empregos e de receita para o município, como pela sobrevivência da atividade portuária. Robison Coelho, secretário-adjunto da pasta de Portos, Aeroportos e Ferrovias do estado, diz que Itajaí tem, além do porto público, grande potencial de exploração da atividade portuária até a ponte que liga Itajaí a Navegantes, na BR-101. Nesse contexto entram os terminais de granéis líquidos. “Como Santa Catarina dificilmente terá uma refinaria de petróleo, vai sempre depender do combustível vindo de fora [seja álcool, gasolina ou diesel]. A implementação destes terminais é uma grande alternativa para a garantia da movimentação portuária na cidade”, diz o investidor do Terminal Imaruí, Jonny Kaniak. Ele acrescenta que a tendência é de que a gasolina, o diesel e o metanol venham do exterior em rotas de longo curso, e o álcool e derivados venham de portos brasileiros, em rotas de cabotagem. Outro ponto elencado por Jonny é que as refinarias de Canoas, no Rio Grande do Sul, e de Araucária, no Paraná, não têm mais como ampliar a produção, o que faz com que os excedentes dos dois estados, que abastecem Santa Catarina, reduzam ano a ano. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Itajaí, Thiago Morastoni, não há dúvidas sobre a importância desses terminais. “O combustível é uma carga de alto valor agregado, vai gerar empregos e trazer muita receita”, defende o secretário.
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TGLI se instala em área do Estaleiro Itajaí
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TGLI se instala em área do Estaleiro Itajaí
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O projeto em estágio mais avançado é o do Terminal de Granéis Líquidos Itajaí (TGLI), que deve ser instalado na área do antigo Estaleiro Itajaí, no bairro Imaruí. Os investimentos somam mais de R$ 300 milhões pela empresa de navegação espanhola Elcano e o processo de licenciamento ambiental está na fase de análise de Licença Ambiental Prévia (LAP) pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do empreendimento foi entregue pela empresa em junho deste ano e apresentado para discussão em audiência pública em julho. Em agosto, o IMA solicitou novas informações técnicas ao empreendedor, por causa da audiência pública, principalmente acerca do estudo de risco sobre armazenamento do combustível e fluxo de caminhões. Os técnicos do órgão aguardam o recebimento das respostas para dar prosseguimento à análise. A implantação deve ocorrer em quatro fases e prevê a construção de até 17 tanques para armazenamento de combustíveis, com capacidade para 117.924 metros cúbicos. O projeto contempla um píer pra receber navios com capacidade de transportar de 60 mil a 100 mil metros cúbicos de granéis líquidos, em uma área de aproximadamente 100 mil m². A estrutura do berço de atracação será construída sobre estacas, sem alterações nas condições atuais do rio e, segundo a empresa, o terminal terá um dos mais modernos e rigorosos sistemas de segurança ambiental em operação portuária e movimentação de combustíveis, atendendo padrões internacionais. Já a liberação da licença pelo órgão ambiental está condicionada ao recebimento das informações solicitadas.
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Sonho de terminal de combustível é antigo
O projeto do Terminal Imaruí, embora remonte ao ano de 2005, está em fase embrionária. Na época, o empreendedor Jonny Kaniak adquiriu a área de 140 mil m², que abrigava a empresa Ipesca, em fase de falência, e foi aconselhado por técnicos da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq) a montar um terminal para movimentação de granéis líquidos. Jonny foi um dos sócios do Teconvi – Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí - , e adquiriu a área com a venda das ações à APM Terminals. Na época, o investidor também adquiriu a área de terras que abriga hoje o loteamento São Francisco (ao lado do Santa Regina) para abrigar as 300 famílias que ocupavam a área do futuro terminal e mais 196 famílias que a prefeitura precisasse relocar na época. “Famílias de outros bairros acabaram sendo realocadas nessa área e mais da metade das famílias do Imaruí continuaram lá”, diz Jonny. No entanto, ele acredita que essa questão social seja resolvida com o início das obras do TGLI, que fica ao lado da área do Terminal Imaruí. Jonny já investiu mais de R$ 40 milhões no local e acredita que o investimento total no terminal some R$ 650 milhões. Ele vem prospectando parceiros já há algum tempo. O terceiro projeto prevê a instalação de um terminal entre o Poly Terminal e o Teporti - Terminal Portuário Itajaí, no bairro Cordeiros. Robison Coelho diz que as negociações estão ocorrendo em sigilo. “A previsão de investimentos é de R$ 350 milhões no primeiro momento e vejo essa possibilidade como mais uma importante alternativa para Itajaí no futuro.”
"Os novos terminais de combustível instalados em todo o mundo têm recebido investimentos em tecnologia que os tornam bastante seguros"
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