Floripa
Flagra: fiscal cobra propina em obras
Empresário gravou extorsão de quase R$ 50 mil; prefeitura promete demissão
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Na última sexta-feira, Felipe Pereira, antigo chefe de fiscalização da Fundação do Meio Ambiente (Floram) de Florianópolis, foi preso em uma operação da Polícia Civil. A PM encontrou R$ 2 mil escondidos numa gaveta da casa dele. A investigação foi motivada por um flagra do fiscal, em vídeo, extorquindo quase R$ 50 mil de um construtor em um esquema de propina pra liberação de obras irregulares.
Os investigadores contam que ouviram mais três pessoas, além do construtor, que confirmaram a cobrança de propina para a liberação de obras em Floripa. No caso do construtor, a cobrança começou em fevereiro de 2022. No vídeo, o valor era destinado à construção de três casas, sendo o acerto de R$ 35 mil para cada uma, somando R$ 105 mil.
“Eu conseguiria terminar a obra mediante pagamento, que eu não ia conseguir pelas vias normais a regularização”, disse o construtor.
Também na sexta-feira, a polícia fez buscas e apreensão em outros dois endereços – na Floram, e na Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano –, onde três outros investigados trabalhavam. Tanto a polícia como o Ministério Público acreditam que há um grupo criminoso operando na cidade e ainda investigam o destino do dinheiro do esquema de propina, segundo o delegado João Fillipe Westphal Martins.
De acordo com o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), todas as pessoas citadas na investigação foram exoneradas e o fiscal também será demitido. O prefeito negou a existência de um esquema de cobrança de propina na prefeitura e aponta que há um acordo com a Polícia Civil, em que a prefeitura atua juntamente à polícia para apurar atos de corrupção que envolvam os órgãos públicos da cidade.
A defesa de Felipe afirma que a ação do vídeo não condiz com a realidade. “É uma questão que tem que ser discutida dentro do processo. A gente pode adiantar para vocês que o vídeo não transparece a realidade dos fatos. Tem um contexto totalmente diferente dessa investigação”, disse Eduardo Herculano Vieira de Souza, advogado do fiscal.