Itajaí vai receber na próxima sexta-feira uma operação de transporte que trará três fontes radioativas de estrôncio-90 para uma clínica no Riviera Business, na Praia Brava. O material é para uso em betaterapia, tratamento médico que utiliza a radiação na prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides, que são defeitos na cicatrização de feridas, queimaduras ou cortes.

No Brasil, apenas o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP) e outros três centros contam com as fontes para betaterapia. No sul do país, Itajaí é a única cidade que disponibiliza esse tipo de tratamento, conduzido por equipe especializada.

As fontes com o elemento químico serão transportadas por uma empresa especializada neste tipo de transporte. A operação será feita com supervisão da Vigilância Sanitária e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear do Rio de Janeiro (RJ).

A betaterapia tem cobertura pelo rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O tratamento é considerado altamente eficaz e seguro, utilizando fontes radioativas, como o estrôncio-90, para atender pacientes pós-cirúrgicos com propensão de ter defeitos na formação de cicatrizes.

Apesar de pouco difundida, a técnica existe desde a década de 1950, reconhecida tanto pela Sociedade Brasileira de Dermatologia quanto pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

O estrôncio-90 é um dos isótopos radioativos do elemento estrôncio, metal naturalmente não-radioativo que é encontrado em minerais. A descoberta dos tipos radioativos foi na década de 1940, durante os experimentos pra criação da bomba atômica, a partir da fissão do urânio e do plutônio.

Os elementos têm ganhado destaque devido à repercussão do filme Oppenheimer. Outras fontes radioativas ligadas ao estrôncio são usadas em reatores nucleares, como em aplicações na indústria e de outros tipos de tratamentos médicos.