Há 11 anos uma aposentada de Balneário Camboriú espera ser ressarcida pelo golpe levado de uma corretora de imóveis que segue atuando na cidade. Na época do crime, V.P.P. vendeu uma quitinete, embolsou a grana e pagou a dona do imóvel com cheque de terceiro sem fundo. Desde então, a vítima luta na justiça para receber o valor com juros e correção monetária.
O caso foi em agosto de 2012. “O valor era de R$ 94.380,00, hoje a dívida está em R$ 567 mil. Foi a venda de um imóvel em Balneário Camboriú. Vendemos para a estelionatária, ela deu um ...
O caso foi em agosto de 2012. “O valor era de R$ 94.380,00, hoje a dívida está em R$ 567 mil. Foi a venda de um imóvel em Balneário Camboriú. Vendemos para a estelionatária, ela deu um cheque de terceiros para descontar em 15 dias. Fui ao banco, era um cheque de uma pessoa assalariada”, contou a filha da vítima ao DIARINHO nesta semana.
Segundo relatos do dono do cheque, feitos à época à polícia, V. furtou três folhas de seu talão após ter pedido emprestado e ele negado. A filha da vítima conta que a corretora também era íntima de sua família e frequentava a casa de sua mãe. Até que a idosa decidiu vender a quitinete e a corretora fez toda a negociação.
Logo após o golpe, a idosa acionou V. na justiça tanto na esfera criminal como na cível. A corretora, segundo a filha da vítima, foi condenada criminalmente, mas o pagamento foi feito com trabalho voluntário.
Mesmo já tendo sido condenada ao pagamento na esfera cível, ela nunca quitou a dívida, alegando que não tem dinheiro. “Minha mãe vai fazer 85 anos. Eu gostaria que a golpista fosse presa, que acontecesse alguma coisa com ela, porque o ladrão tem todas as vantagens e não acontece nada”, desabafa.
Vítima foi embora
A filha conta que a mãe vendeu outro apartamento que tinha em BC e foi morar em Palhoça em um apartamento mais modesto. “Minha mãe está fazendo tratamento para câncer, está detonada...”, lamenta a filha.
Recentemente, o advogado da família conseguiu um acordo para que V. pagasse R$ 300 ao mês para quitar a dívida. “Mas o que é uma pensão de R$ 300? Estou tentando de todas as formas que ela seja punida”, conta.
Pra causar ainda mais revolta, V. segue trabalhando na imobiliária do irmão dela, e levando a vida normalmente. “No início, minha mãe conseguiu trancar o Creci, mas agora não sei como está vendendo imóveis, se está usando o Creci de outra pessoa…”, explica.
A assessoria do Ministério Público confirmou que existem dois processos tramitando na esfera cível em BC contra V., mas não passou detalhes dos casos. Já o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci) informou que V. não tem registro ativo para pode trabalhar. “Ela teve inscrição de estágio há muitos anos, mas nunca teve a inscrição principal”, informou o órgão.