SAÚDE PÚBLICA
SC decreta emergência sanitária da gripe aviária
Estado tenta reverter o embargo do Japão para a compra de frango catarinense
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Com dois registros de focos de gripe aviária, Santa Catarina decretou estado de emergência zoossanitária, com prazo de 190 dias. A medida mantém o estado em alerta contra a doença e permite ações emergenciais de prevenção e combate, facilitando o acesso de recursos do governo federal, contratação de pessoal e compra de equipamentos.
Em maio, o Brasil já havia declarado emergência zoossanitária em todo o território nacional devido aos focos da doença. Na quinta-feira, SC, junto com outros estados da federação e o Distrito Federal, participou de reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para alinhar uma ação conjunta.
A proposta é de uma resposta mais rápida em casos de novos focos de influenza aviária de alta patogenicidade. Em SC, a medida também busca garantir a retomada das importações de frango ao Japão, que suspendeu temporariamente a compra do produto do estado após a doença ser identificada numa ave de fundo de quintal.
“Essa união é importante porque reforça o nosso pedido para que o Ministério argumente junto ao Japão. Certamente outros casos virão em outros estados e é preciso ter um plano rápido de ação para minimizar os prejuízos”, disse o governador Jorginho Mello (PL).
Até o momento, não há registro de casos de gripe aviária em criação comerciais no Brasil, que produzem para vendas ao exterior. A situação segue em alerta máximo diante de 64 focos da doença em sete estados. “Estamos trabalhando com celeridade e transparência, adotando todas as medidas de controle e demonstrando isso para que os consumidores dos produtos do nosso frango, que estão em mais de 150 países no mundo, continuem tranquilos e confiantes”, explicou o ministro.
O estado de emergência possibilita a mobilização de verbas da União, a articulação com outros ministérios, organizações governamentais das três esferas (municipal, estadual e federal) e organizações não governamentais. Em Santa Catarina, a medida está valendo desde quinta-feira e atende recomendação do Ministério da Agricultura.
Uma missão do governo federal no Japão vai tentar reverter a decisão do país asiático, que é um dos principais compradores do frango catarinense. Só neste ano, a exportação do produto movimentou R$ 770 milhões para o estado. As tratativas também preveem reunião de uma equipe do governo japonês em Brasília (DF) pra discutir regras sanitárias sobre a compra de produtos de origem animal.
Resposta imediata
O foco da doença em uma ave de fundo de quintal em Maracajá, no sul do estado, foi eliminado no fim de semana passado, com ações de controle na propriedade, onde eram criadas outras espécies de aves, mas não pra produção comercial. Em junho, o primeiro foco foi em uma ave silvestre em São Francisco.
Apesar dos focos já eliminados, há preocupação com a chance de novos casos. A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, informou que cumpre os protocolos no caso de novos focos, garantindo resposta rápida pra proteção do setor avícola catarinense. Diversos materiais de educação sanitária são entregues nas áreas rural e urbana. “Nossos profissionais são capacitados e foram treinados para agir e encerrar o foco. A participação de todos os envolvidos com a cadeia produtiva de alimentos, produtores, agroindústrias, associações e casas agropecuárias, entre outros, têm sido fundamentais para que a Cidasc possa ser notificada imediatamente”, destacou.