Especialização
Região se firma como cluster da indústria naval
A construção de quatro fragatas para a Marinha do Brasil em Itajaí vai garantir a agregação de tecnologia e mão de obra qualificada à indústria
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Depois anos e meio após assinar um contrato de US$ 1,6 bilhão [quase R$ 8 bilhões na cotação de junho] com a empresa pública Emgepron, que atua na gerência de projetos da Marinha do Brasil, o Consórcio Águas Azuis começar a construir em Itajaí a primeira de quatro fragatas classe Tamandaré. O projeto deve revolucionar não apenas o poderio militar brasileiro no Oceano Atlântico, mas todo o cluster naval dos arredores da foz do Rio Itajaí-Açu.
“Iniciaremos ainda neste ano a construção da primeira fragata. Temos hoje cerca de 250 pessoas trabalhando no Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, considerando que o local abriga ainda a sociedade de propósito específico Águas Azuis e o escritório de fiscalização da Emgepron”, explica o CEO, da Águas Azuis, Fernando Queiroz.
O planejamento prevê um crescimento nas contratações até o final do ano. “O Programa Fragatas Classe Tamandaré, como um todo, pode gerar cerca de 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos”. Além disso, segundo Queiroz, o projeto tem potencial de gerar empregos de alta qualificação no Brasil, “porque prevê um sólido modelo de parceria nacional com habilidade comprovada de transferência de tecnologia e de qualificação de mão de obra local.”
Tecnologia nacional
O conceito exclusivo MEKO de design modular, usado nas fragatas que serão construídas em Itajaí, facilita a integração local e a transferência de tecnologia, o que ajuda a reduzir os custos de manutenção e modernização. Inclusive, o programa tem expectativa de taxas de conteúdo local acima de 30% para o primeiro navio e de 40% para os demais. O consórcio também assumiu o compromisso de conteúdo local para o projeto. “Adquirimos o antigo Estaleiro Oceana, hoje Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, o que é parte da estratégia para o fortalecimento da área de defesa naval no Brasil e em outros países da América do Sul e desde o primeiro navio teremos engajamento da mão de obra local”, conclui Queiroz.