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Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina

Marejada, nossa festa de outubro


Marejada, nossa festa de outubro
(foto: Ana Zigart)

A Marejada, “Festa Portuguesa e do Pescado”, está de volta na sua 36ª edição, de 2 a 19 deste mês de outubro. Criada em 1987, ela sempre pretendeu celebrar com festa o turismo e a cultura da região litorânea de Santa Catarina.

O surgimento dessa festa, a maior no âmbito do município de Itajaí, é sabido, deu-se após o sucesso alcançado pelas festas étnicas, criadas no estado, a partir da Oktoberfest, lançada em Blumenau, em 1984.

Essas festas buscaram alavancar o turismo em seus municípios, depois das desastrosas enchentes de 1983 e 1984, dando realce a elementos atrativos da cultura local, como gastronomia, música, dança, trajes típicos.

Como na festa de Blumenau o elemento cultural mais significativo eram as tradições alemães, nos outros municípios, quando se idealizaram suas festas, também se foi à busca das tradições culturais marcantes de cada um: alemãs ou italianas.

Em Itajaí, por óbvio, as tradições da cultura de marca maior não poderiam ser alemãs nem italianas, no que pese a presença de descendentes dessas duas etnias entre os itajaienses. 

A marca cultural maior deveria ser portuguesa, pelo viés açoriano, visto que foram contingentes populacionais dos Açores, vindos na segunda metade do século XVIII, que povoaram a beira-mar catarinense e enraizaram no povo do litoral sua marcante cultura. A demonstrar, estão os elementos tradicionais da culinária, do folclore, da religiosidade e do linguajar itajaiense.

Houve quem visse nesse resgate cultural, difícil por si só de alcançar completamente, visto que a cultura é dinâmica, de contornos nunca definitivos, algo forçado, maquiado.

No entanto, a Marejada é autêntica, quando realça que a cultura popular da gente de Itajaí é de base luso-açoriana; quando promove a culinária do peixe e frutos do mar; quando dá visibilidade às manifestações folclóricas como o boi de mamão, o pau de fita e suas cantorias. Bebe-se chope e cerveja, é verdade, porque o vinho, bebida típica portuguesa, não se fixou como beberagem na beira-mar de Santa Catarina, substituído que foi pela cachaça.

Também ao se intitular como “a maior festa do pescado do Brasil”, a Marejada, muito acertadamente, busca levar ao conhecimento do público que em Itajaí se localiza o maior porto pesqueiro do Brasil e quer celebrar também esta conquista do trabalhador e do empresário da pesca.

Em razão de tudo isso, a Marejada, com muito acerto, festeja com alegria e divertimento a cultura, as tradições e os sabores de Itajaí.


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Comentários:

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ALEXANDRE OLIVEIRA SILVA

19/10/2025 23:30

Proposta de criação da categoria “Embaixador Honorário Cultural de Itajaí” Sugere-se a criação titulo “Embaixador Honorário Cultural de Itajaí”, destinada a reconhecer cidadãos que, por meio de sua arte e trabalho, promovem o nome e a cultura da cidade em outros estados brasileiros e no exterior. Trata-se de uma homenagem justa e necessária a quem leva, com orgulho e constância, a identidade cultural itajaiense para além das fronteiras locais, tornando-se verdadeiros representantes da cidade no cenário nacional e internacional. Exemplo disso é a cantora Célia Pedro, que há mais de 50 anos divulga o nome de Itajaí em importantes palcos do Brasil, de Portugal e da Espanha. Tive a oportunidade de estar nesses países e testemunhar o reconhecimento imediato do nome de Itajaí associado à sua figura artística. Célia sempre faz questão de incluir o nome da cidade em suas apresentações, fortalecendo a imagem cultural de Itajaí no exterior.

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