É muito provável que nos últimos dias você tenha ouvido sobre cidades-esponja. Este “sistema” tenta reprogramar o complexo urbano aos princípios da natureza. A capacidade de absorver e armazenar água da chuva é o objeto e, com isso, se pretende diminuir os impactos de alagamentos, inundações e enchentes. Pelo “endurecimento do solo”, o “dom” de “engolir” a água que vem dos céus ficou muito prejudicado.
É muito provável que você tenha o desejo de que sua rua seja pavimentada [preferencialmente com asfalto] para que seu estilo de vida seja dinamizado. O processo de deslocamento fica facilitado pelo “chão duro, liso e resistente”. Mover seu automóvel sobre o asfalto lhe oferece a imagem de segurança sobre o chão. Às calçadas, por encomenda de nossa forma de viver, se requer “chão duro e linear - e resistente”. Ficará mais fácil de caminhar e chegar ao destino pretendido sem muitos transtornos.
Nossas casas são “biomas” de pedras ou madeiras resistentes como cavernas que escoam as águas das chuvas de modo concentrado: em nossas habitações precisamos de água para viver e exigimos receber água nos “canos mágicos” e “torneiras enfeitiçadas”: é só ligar para lavar os corpos, as louças, as roupas, para expulsar os resíduos humanos e, porventura, o chão, as molduras transparentes que se abrem para o horizonte possível. Em tudo puxamos água do “templo das águas” que, por feitiços e magias, se transformam em “água própria para a vida”. Tudo concentrado, devolvemos a água pelos tubos de exorcismos para canais em emaranhados de túneis sob o chão. O subterrâneo das aglomerações urbanas são um fantástico mundo de minhocas gigantes levando toda a água para o mesmo lugar!
As cidades de “chão duro, liso e resistente” foram feitas de acordo com o estilo de vida moderna apropriado. Pedra sobre pedra, tudo foi planejado de acordo com um sistema de queda de águas dos céus em quantidades tantas num tempo tamanho. Os céus entregavam águas por períodos longos, em muitos lugares, de modo repetitivo ano a ano. Tudo se ajustara para a vida dos humanos, pensaram rapidamente os humanos. Os anos que se seguiram confirmaram seus desejos.
"O clima mudou, as cidades são de “chão duro, liso e resistente” e os estilos de vida permanecem os mesmos?
Como “revolta” à calefação da vida, os céus mudaram seu “programa de águas dos céus”, de ventos refrescantes, de calor convidativo. O clima de antes não existe mais, e as cidades ainda são as mesmas. O clima se transformou, e as cidades de pedra, sem árvores, sem bichos, sem verdes, são a mostra do estilo de vida exigido a quem dorme com condicionamentos do ar. As águas dos céus se tornaram tormentos concentrados; os ventos se formam como “vingança” às barreiras tão altas como montanhas; o calor faz com que as pessoas tenham perturbações visuais como miragem no deserto. As cidades de pedra não estão preparadas para receber os “infortúnios” humanos sobre os “desejos” dos céus. Vivemos em cidades cuja regulação tinha climas previsíveis e relativamente regulares. Os “ajustes” das “estações dos trens do clima” definiam plataformas de viagens e aventuras relativamente seguras.
O clima mudou, as cidades são de “chão duro, liso e resistente” e os estilos de vida permanecem os mesmos: você ainda deseja e exige “chão duro, liso e resistente” em frente à sua caverna. Melhor rever nossos estilos: águas entram sem convite, ventos gritam nas janelas, e o calor superaquece seu cérebro. Precisamos nos rever!