Show de Bola
Por Coluna do Jânio Flavio -
Aposta alta
A chegada do treinador Rogério Corrêa é uma aposta alta do superintendente Diego Cope. Foi essa a primeira pergunta que fiz na coletiva de imprensa dessa segunda-feira, na apresentação do novo treinador do Marinheiro, e Cope não titubeou na resposta. Rogério veio para Itajaí porque é o homem de confiança de Diego, que estava vendo o elenco que ele montou ser mal administrado pelo treinador anterior. Rogério não tem currículo como treinador de futebol profissional que o credencie em assumir o Marcílio em um momento de alta cobrança, já que dar uma alegria ao torcedor ainda em 2022 virou questão de honra para quem está sofrendo com as dificuldades no dia a dia do clube, inclusive para o presidente Hercílio Henrique de Mello. O treinador vem de um bom trabalho no Votuporanguense (SP) em 2021, junto com Diego Cope, e a dupla espera repetir a dose agora no Marcílio Dias. O superintendente pediu um voto de confiança e deixou bem claro: está dando um “all-in” no Marinheiro. Saiu da estabilidade que tinha no futebol interior paulista para fazer seu nome em um dos clubes mais tradicionais de Santa Catarina. E esse objetivo passa por ganhar a Copa Santa Catarina, dar um título e uma vaga inédita na Copa do Brasil ao rubro-anil. O investimento no elenco foi alto, jogadores com mercado no futebol brasileiro vieram para o rubro-anil acreditando no projeto de Cope, que agora traz um treinador para ser a peça que faltava nessa engrenagem que ele mesmo arquitetou.
Decepção
Jorginho é uma grande pessoa, com uma grande história no futebol como jogador e treinador, e isso gerou uma expectativa muito alta no seu trabalho desde a sua chegada. Porém, foi preciso apenas uma coletiva, de apresentação, para o treinador começar a decepcionar. Não apenas nas palavras, nas coletivas entediantes que muitas vezes fugiam do assunto abordado pela imprensa, mas pelo trabalho em campo. Esperava-se que Jorginho conseguisse manter trabalhos razoáveis como fez em Figueirense e Juventus, mas o que se viu em sete jogos, foi uma grande desorganização e falta de convicção no que estava sendo feito. Após o empate com o Nação em 0 a 0, em casa, não havia mais perspectiva de melhora. Por mais que Jorginho repetisse sempre o discurso de que precisava de tempo, dar mais tempo poderia representar também a perca de mais um campeonato. Jogadores fora de posição, esquema tático confuso, substituições sem explicação. Jorginho usou o tempo no Marcílio para experimentos, quando fazer o simples era o caminho. Que tenha muita sorte na carreira, mas no Marinheiro, o seu trabalho não vai deixar saudades.