Show de Bola
Por Coluna do Jânio Flavio -
Lamentável
A situação delicada do Marcílio Dias ficou escancarada no último sábado, quando o Marinheiro se despediu da série D do Brasileiro com derrota por 3 a 2 para o Aimoré, dentro do Gigantão das Avenidas. É lamentável que um clube do tamanho e da história do Marcílio encerre um Brasileiro com apenas dois jogadores juvenis de linha no banco de reservas, além de um goleiro reserva. Não me recordo, nas três décadas em que acompanho o Marinheiro, de uma situação tão complicada em termos de elenco no clube. Ainda assim, o Marcílio fez um bom jogo, abriu 2 a 0 e poderia ter saído de campo com a vitória. A frustração do torcedor não foi apenas por mais uma vez o Marcílio decepcionar no resultado, mas sim na forma como aconteceu. O técnico Jorginho teve que substituir Rafael, machucado logo aos 12 minutos, fazendo como que Pedro, um garoto de 17 anos, que nunca tinha jogado profissionalmente, entrasse em campo. Não comprometeu, é verdade, mas está longe do nível de competitividade de um profissional. Na etapa final, outro juvenil precisou entrar, e o Marcílio ficou sem opções. Os jogadores cansaram, mas ainda assim controlavam a partida sem sofrer muitos riscos. Foi então que entrou em cena novamente o goleiro Victor Hugo. Dessa vez ele falhou em dois gols, o primeiro e o terceiro do Aimoré, este no último lance do jogo. Não é de hoje que venho falando que Victor Hugo não tem experiência e segurança para ser o camisa 1 do Marinheiro, mas mais uma vez a diretoria optou para mantê-lo como titular durante todo o Brasileiro. As falhas foram sucessivas, em jogos que o Marcílio vencia, como esse do Aimoré, ou em Caxias do Sul (RS). O grupo de jogadores que está no Marinheiro, ou o que restou dele, não está à altura do clube. Boa parte já saiu, restando alguns bons nomes, mas a reformulação precisa ser maior.
Sentimento de tristeza
O sentimento do torcedor que foi ao Gigantão era de tristeza por ver a situação em que está o clube. Não há como negar o grande trabalho administrativo que esse grupo de jovens dirigentes fez no Marcílio Dias nos últimos cinco anos, pagando dívidas e recuperando o Marinheiro da segunda divisão catarinense. Mas o trabalho parece estar em esgotamento. Outras situações lamentáveis aconteceram sábado, como não abrir o setor visitante para o torcedor do Aimoré, que nada tem a ver com os problemas do Marinheiro. Só depois que os torcedores do Aimoré entraram no setor de descoberta da torcida do Marcílio, que eles foram levados por dentro do campo até o setor destinado aos visitantes, que estava com o seu portão fechado. Além do risco de algo acontecer com a integridade desses torcedores, é uma falta de respeito com a instituição Aimoré, que recebeu os marcilistas muito bem no jogo do turno, em São Leopoldo (RS). O Marcílio precisa rever muita coisa na sua estrutura antes do início da Copa Santa Catarina.