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Coluna Exitus na Política

Coluna Exitus na Política

Por Sérgio Saturnino Januário - pesquisa@exituscp.com.br

Política e totens


O cérebro humano, uma porção do encéfalo, necessariamente passa por processos de aprendizado e armazenamento de coisas e fenômenos que lhes são exteriores. Até o limite do que sabemos, somos a única espécie que é capaz de aprender com extrema rapidez e criar culturas diversas para elaborar parâmetros à conduta da vida. Já não é só saciar a fome, mas preferir alimentos; não é só trabalhar e subsistir, mas expressar status e riquezas. E nenhuma espécie torce para um time de futebol!

Vivemos por associação de seres e espécies da natureza como instrumento de formação de grupos sociais. A diferenciação e, em muitos casos, a divergência, constroem a identidade social. Isso é próprio do Totemismo. Com os Totens e as associações que deles derivamos, damos coerência e sentido às práticas sociais e políticas. Não é a diferença que se torna relevante, mas a continuidade ou a complementaridade. Um casal que briga como “cão e gato”, por exemplo, exerce o papel de seres de espécies diferentes, irreconciliáveis, cuja natureza de existência os coloca em situação de concorrência e oposição. Se José é uma “águia”, ou João é uma “lesma”, ou se as fábulas constroem a moralidade humana a partir da “formiga e da cigarra”, encontramos ali sentidos para os humanos e práticas sociais e políticas.

No esporte esses preceitos estão “mais na cara do que nariz”. Times de futebol organizam sua torcida desde totens como “raposa”, “urubu”, “gaviões”, “mosqueteiros”, “galo”, peixe”, “leão ...

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Vivemos por associação de seres e espécies da natureza como instrumento de formação de grupos sociais. A diferenciação e, em muitos casos, a divergência, constroem a identidade social. Isso é próprio do Totemismo. Com os Totens e as associações que deles derivamos, damos coerência e sentido às práticas sociais e políticas. Não é a diferença que se torna relevante, mas a continuidade ou a complementaridade. Um casal que briga como “cão e gato”, por exemplo, exerce o papel de seres de espécies diferentes, irreconciliáveis, cuja natureza de existência os coloca em situação de concorrência e oposição. Se José é uma “águia”, ou João é uma “lesma”, ou se as fábulas constroem a moralidade humana a partir da “formiga e da cigarra”, encontramos ali sentidos para os humanos e práticas sociais e políticas.

No esporte esses preceitos estão “mais na cara do que nariz”. Times de futebol organizam sua torcida desde totens como “raposa”, “urubu”, “gaviões”, “mosqueteiros”, “galo”, peixe”, “leão”, “porco” etc. num franco sistema de associações de animais ao mundo social. Isso também vale para a criação do jogo do bicho e nossas atividades sociais. As pessoas se reconhecem como pertencentes a um grupo a partir de lógica totêmica, como forma de integração.

De origem “primitiva”, o Totemismo forma grupos coletivos e faz com que o indivíduo já não tenha gênero, idade, propriedades, formação educacional... cada um agora pertence ao grupo. O indivíduo é levado pelas diretrizes totêmicas, sem razão individual, sem reflexão, sem pensamento próprio. Sua condição individual é dominada e praticamente anulada por apelo e pressão de grupo. O sistema de totem é percebido e assumido como dado, como feito, como anterior ao indivíduo.

As expressões do esporte são reveladoras do campo bélico no qual se está, metaforicamente, inserido: disputas como batalhas, confrontos, guerras; jogador como soldado; pipoqueiros a pipocar [saltar para fugir]; ficar fora de combate; ataque, defesa, contra-ataque; fuzilar, torpedo, tiro, foguete, canhão, petardo, combate; artilheiro, volante [tropa de grande mobilidade tática por não portar armamento pesado]. Há estímulos que rodeiam as cabeças dos grupos para ações primitivas da espécie. Revoltas por insucessos e vingança para identificar culpados tornam o humano um ser irracional, um bicho.

Por revolta e vingança vivemos ainda os idos de 2018, movidos para derrotar adversário e tom de guerrilha entre torcidas organizadas. Os totens de “esquerda” e “direita”, como gato e rato, coelho e tartaruga, ratos e ursos, são fontes de estímulos não para o crescimento do País como território ou da Nação como coletivo passional de brasileiro. Servem ao irracional.

A Política de fonte Totêmica nos situa no campo das condições primitivas de comportamentos, atitudes, valores e existência. E pensar que já saudamos o século 21.


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