Show de Bola
Por Coluna do Jânio Flavio -
Eliminação
Não tem outra palavra para descrever a eliminação do Marcílio Dias nesse domingo do que “vergonha”. Foi o que os jogadores do Marinheiro, salvo poucas exceções, fizeram diante do Concórdia na partida de semifinal da Copa Santa Catarina. Contra um adversário tecnicamente inferior e ainda em fase de preparação, mas com muita vontade de vencer, o rubro-anil foi apático do primeiro ao último minuto de jogo. Assim como nas outras duas eliminações da temporada, faltou sangue, faltou foco, faltou brigar pela classificação. Se não fosse o goleiro Belliato e a limitação técnica dos jogadores do Galo do Oeste, o placar seria ainda mais vexatório do que o 1 a 0, construído logo a um minuto e meio de jogo. O Marcílio teve mais de 90 minutos para buscar pelo menos o empate, o que levaria a disputa para os pênaltis, mas esteve boa parte do tempo entregue em campo. Com uma ou outra chance criada em bolas jogadas na área, o Marinheiro fez muito pouco para buscar o resultado. Pelo segundo ano consecutivo, o Marcílio é o dono da melhor campanha e, talvez, do melhor time da Copinha, mas treme na hora de decidir. Não deixou escapar apenas a chance de ganhar um torneio estadual, mas principalmente a chance de jogar a Copa do Brasil e receber a premiação de cerca de R$500 mil que a participação na competição nacional paga. Um desrespeito com o torcedor a forma como o time foi eliminado, mais uma vez, assim como foi contra Criciúma e Altos, e também um desrespeito com a atual diretoria, que mesmo em um período de pandemia e de receitas muito baixas, está fazendo o possível para manter o clube ativo e o elenco em atividade.
Carimbo de derrotado
O Marcílio Dias ainda passa por um processo de reconstrução importante, com pagamento de dívidas e organização administrativa. É inegável o grande trabalho que esse grupo faz frente ao clube. Porém, desde a final da segunda divisão de 2018, foram sete competições que o Marinheiro tinha condições de ir mais longe. Na maioria delas, faltou ao elenco e a comissão técnica entender o que representavam essas conquistas para o torcedor marcilista, que é quem banca o clube financeiramente. Ao invés de entrar para a história, muitos desses profissionais já ganharam carimbo de derrotados. De quem na hora H não consegue alcançar o objetivo principal, seja ele o título da Copinha e a vaga na Copa do Brasil, uma classificação para, pelo menos, a semifinal do Catarinense, ou até mesmo um acesso no Brasileiro. O Marcílio tem feito muito pelo pouco dinheiro que tem, mas tem feito muito pouco dentro de campo pelo tamanho das oportunidades que se apresentam a sua frente. Estivemos muito perto de coroar uma temporada com um acesso à série C do Brasileiro e uma vaga na Copa do Brasil, estamos terminando 2020 com um clima pesado e de desânimo para começar oficialmente a temporada 2021.