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A porta está aberta para a reforma do secretariado
A exoneração do secretário Carlos Hassler (Infraestrutura e Mobilidade) abre a porta para o governador Carlos Moisés avaliar uma reforma no secretariado, assunto que é evitado desde o fim do ano passado. Hassler não sobreviveu 24 horas no governo depois da crise criada na Assembleia por um pedido do secretário para que o deputado Valdir Cobalchini se retirasse de uma reunião com uma comitiva de Pinheiro Preto, mas que foi encorpada por mais reclamações de outros parlamentares, em plenário, com direito a nota de repúdio assinada pela mesa diretora do parlamento e tem o respaldo de prefeitos de todas as regiões do Estado. Nos corredores e gabinetes do Executivo, a fritura de Hassler já havia iniciado muito antes do episódio na última terça, inclusive dentro da equipe da própria pasta, mesmo processo de avaliação negativa que também foi citado na Assembleia, que recai sobre o secretário Helton Zeferino (Saúde), médico e coronel do Corpo de Bombeiros Militar. Estas puxadas de tapete não funcionam bem em governo algum, geram desconfortos e perda de produtividade, mas vale reavaliar o colegiado pelo viés político, não apenas técnico e de desempenho, como havia sido anunciado desde a primeira coletiva de Moisés, e partir para uma reformulação antes que biografias bem construídas caiam em descrédito ou entrem em conflito no universo legislativo ou na sociedade. O RECONHECIMENTO DE UMA CONDIÇÃO A carteirinha que identifica as pessoas com o transtorno do espectro autista começou a ser distribuída pelo governo do Estado. O autor do projeto que virou lei, o deputado Mauro de Nadal (MDB), vice-presidente da Assembleia, participou da solenidade no Teatro Pedro Ivo, junto ao Centro Administrativo do governo do Estado. De Nadal entregou uma delas e reafirmou que o documento permitirá preferência nos serviços públicos estaduais das áreas de saúde, educação e assistência social (inclusive quando representado por seu responsável legal) e gratuidade no transporte intermunicipal. E lembrou que as Apaes e a Fundação Catarinense de Educação Especial participaram da elaboração e a parceria prossegue no oferecimento desta carteirinha e na seleção dos documentos necessários. Agiu rápido Para estancar o espirro que poderia gerar uma epidemia na Assembleia, Moisés agiu rápido, foi cirúrgico, e tomou a decisão de exonerar Carlos Hassler depois de longa conversa com o assessor, indicado por ninguém menos do que o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB). Não haveria como contornar a situação, embora a qualidade técnica de Hassler não estivesse à mesa, credenciais de comandante do 10º Batalhão de Engenharia de Construção em Lages, mestrado e doutorado em ciências militares e uma habilitação em inglês. O substituto, já publicado no Diário Oficial do Estado, é o major PM Thiago Augusto Vieira, adjunto de Hassler que, internamente, já fazia críticas à postura do titular. Deselegâncias Na resposta à nota de repúdio assinada pela mesa diretora da Assembleia, Carlos Hassler, que ainda assinou como secretário, enviada por volta das 17h de quinta (6), afirmou que “Houve 01 (uma) ocasião em que não tratei de forma cavalheiresca um deputado que chegou a meu Gabinete, o que ocorreu há dois dias. Cometi o erro de responder com deselegância a uma atitude deselegante”. A coluna perguntou ao deputado Valdir Cobalchini qual seria o ato deselegante que ele cometeu e o parlamentar respondeu: “Não sei dizer nem consegui sentar. Talvez tenha sido a minha presença sem prévia comunicação, pode ter se sentido pressionado. Só isso!”