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Moisés decide manter estratégia longe dos microfones
Depois de aproximadamente duas horas de reunião com o colegiado, nesta segunda à tarde (20), quando retornou ao comando do Estado depois de 14 dias, o governador Carlos Moisés da Silva decidiu que não concederá entrevistas sobre o assunto processo por crime de reponsabilidade, proposto pelo defensor público Ralf Zimmer Junior, em função da equiparação dos salários dos procuradores do Estado com os da Assembleia. A secretários, assessores diretos e presidentes de estatais, Moisés fez uma leitura política do episódio, que seria, na opinião do governador, a motivação de Zimmer Junior, e ainda apresentou um vídeo aos presentes onde juristas e especialistas descartaram a ocorrência do crime que levaria à abertura do processo de impeachment. Na próxima sexta, o secretário da Casa Civil Douglas Borba deve levar as manifestações do governador, da vice Daniela Reinehr e do secretário Jorge Eduardo Tasca (Administração) à Assembleia, bem antes do prazo de 15 dias, aberto na semana passada. BOLSONARO “AO VIVO” Pelo celular, em uma ligação com vídeo, o presidente Jair Bolsonaro falou aos integrantes da Aliança Pelo Brasil, reunidos em Balneário Camboriú, no último sábado. O secretário nacional da Pesca, Jorge Seifer Júnior, que o presidente chama de 6 - uma continuidade da contagem dos filhos -, segurou o aparelho, o empresário catarinense Roberto Castagnaro o microfone e o advogado e secretário-geral da nova sigla, Admar Gonzaga, de família catarinense, assistiu ao pronunciamento à direita, de costas. O evento teve a presença de muitos aliados de Bolsonaro no Estado. A vice-governadora Daniela Reinehr, que ainda estava no exercício do cargo de governadora, e o deputado estadual Jessé Lopes, estavam entre eles. Gonzaga deu a real ao grupo e disse que o próprio presidente da República, que também preside a Aliança, orienta para que sejam evitados atropelos na coleta de assinaturas e na formação da sigla, o que significa nada de participar da eleição municipal deste ano. Nada mudou Moisés argumentará que, embora tenha vetado a emenda que previa equiparação quando da análise da Reforma Administrativa pela Assembleia, no início da sua administração, em 2019, não pode mais alegar a falta de recursos em função de duas decisões transitadas em julgado do Tribunal de Justiça, sem a possibilidade de recorrer. O assunto controverso, que gerou o pedido de abertura de processo de impeachment em função do crime de responsabilidade, surge em um ano eleitoral, às vésperas da análise da minirreforma da Previdência pela Assembleia e diante de um cenário de servidores a questionar a idade mínima ou a pedir a melhoria salarial, conveniente em uma época tradicional de um verdadeiro calendário de greves. Ficaram a pé Aparentemente, a declaração de Admar Gonzaga não tirou o ânimo dos bolsonaristas catarinenses que ainda podem usar o nome do presidente, um verdadeiro “Capitão Eleitoral” para angariar votos. Antes que a ideia da Aliança não prosperasse a tempo do pleito de outubro, muitos deles já haviam seguido em outra direção, com filiações em outras siglas, o que não alcança os deputados estaduais e federais que já têm mandatos, que só podem trocar de endereço partidário depois da criação de um novo partido sem correr o risco de perder o cargo. Em Criciúma, por exemplo A advogada Julia Zanatta, ligada aos Bolsonaro, já acertou sua pré-candidatura à prefeitura pelo PL, de Jorginho Mello, e agora aparece como uma alternativa forte contra o até então imbatível Clésio Salvaro (PSDB), candidato à reeleição. A dobradinha de Julia deve ser com o coronel PM Cosme Manique Barreto, que tem a flexibilidade legal de se filiar, provavelmente no Podemos, até o último instante antes do início da campanha, mas a dúvida é a de quem será o cabeça de chapa. Julia já disse que não abre mão. Ainda no Sul O deputado federal Fábio Schiochet, presidente estadual do PSL, aterrissou na semana passada na maior cidade do Sul catarinense para buscar um nome do partido de Carlos Moisés para disputar a prefeitura. Conversou com o ex-deputado federal Jorge Boeira, empresário que resolveu dar um tempo na política, mas sabe que a viabilidade da candidatura passa pelas filiações anteriores de Boeira, eleito pela primeira vez pelo PT, depois seguiu para o PSD e se reelegeu pelo PP.