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Decoração de Natal em Itajaí – um caso
Enfeitar as ruas com a luz de lâmpadas coloridas, festões verdes e outros arranjos começou em Itajaí lá pelos anos de 1970, sem se saber precisar agora na gestão de qual prefeito. Com certeza, para copiar de outras cidades que, por sua vez, imitavam cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
Prefeitos como Lito Seára, contidos nos gastos públicos e despreocupados com tremeluzes e brilhos passageiros, não se encantariam, certamente, com gastos em enfeites natalinos nas ruas. Eram de outra época, em que gestores públicos tinham outra visão da “res publica” e não se tinha essas necessidades.
Os anos 70 do século passado trouxeram o turismo como necessário à economia das cidades. Criaram-se, por essa razão, a Comissão Municipal de Turismo de Itajaí, justamente em 1970, e, depois, uma Assessoria de Turismo e Relações Públicas na estrutura da administração do município.
A essa Assessoria de Turismo ficaram como incumbências os eventos maiores da cidade, promovidos pelo município ou que tinham seu incentivo: carnaval, natal, festas diversas, etc.
Pois, foi num desses Natais, do final dos anos 70, que Sebastião Reis, grande colunista social de Itajaí e Assessor de Turismo e Relações Públicas da Prefeitura, entendeu de montar, na praça Vidal Ramos um presépio, junto com a decoração natalina daquele ano.
Num terreno vago, da lateral do Jardim Bruno Malburg, no correr da rua Hercílio Luz, montou-se a gruta com a manjedoura e foram colocadas as imagens de Jesus Menino, Maria e José, em tamanho grande. Tudo muito bem iluminado.
O presépio, em tamanho quase natural, o primeiro em praça pública, agradara a todos que o visitavam, tendo sido visto e elogiado, na noite de inauguração pelo governador e prefeito presentes.
Assim, bem visto e sempre elogiado o presépio da praça Vidal Ramos atravessou o tempo natalino, o dia dos Santos Reis (quando tradicionalmente são desfeitos os pinheiros e presépios), o mês todo de janeiro e entrou em fevereiro. Isso tudo, apesar das insistentes solicitações do assessor de Turismo, para que a secretaria de Obras recolhesse o presépio.
Pois, numa certa manhã, o prefeito Amílcar Gazaniga, ao despachar a correspondência diária na prefeitura, dá com uma cartinha de São José, pai adotivo do Menino Jesus. Pedia-lhe encarecidamente que a Sagrada Família fosse retirada da Praça, pois já se avizinhava o Carnaval, dias de muita festa e barulho, incômodos à criança e à família, que afinal, não era afeita aos folguedos de Momo!
Nem é preciso dizer que, naquele mesmo dia, os trabalhadores da secretaria de Obras fizeram, lépidos, a devida mudança de Jesus, Maria e José, ou melhor, de suas imagens!