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“Rio” está chegando


Ainda não sou avô e isso me deixava um pouquinho frustrado. Já passei dos sessenta, minha filharada já se foi mundo afora, meu sobrinho que “quase” morava conosco está crescendo, se tornando adolescente e também alçou voo, agora já tem 15 anos anos e pode ficar em sua casa. E a nossa casa ficou sem barulho de criança. Outra vez. Mas as coisas mudam neste dia 10 de abril: nasce meu neto português, que se chamará Rio, por sugestão de Caetano Veloso, filho da filhota Daniela e de Pierre Aderne, o cantor-compositor-produtor-apresentador-escritor que apresenta a tertúlia musical RUA DAS PRETAS, em Lisboa, um novo formato de grande sucesso. Pode vir o Dia dos Avós, agora, que também será o meu dia. Avós são os pais que mimam os filhos que não são deles, os filhos dos filhos deles. Então vou de mala e cuia para Lisboa, para ficar lá um tempo e desempenhar o meu papel de paparicar o neto e usufruir da sua infância. Eu gostava muito de minhas avós. Meus avôs não foram tão próximos: meu avô paterno faleceu muito cedo, eu ainda era muito pequeno, mas sei que ele gostava muito de nós, netos, pois colecionava guloseimas para trazer-nos quando vinha nos visitar. Meu avô materno era mais conservador, não era muito de se aproximar de crianças. Mas minhas avós eram criaturas maravilhosas. Minha vó Estefânia, a “vó Pequeninha”, era pequeninha mesmo, mas apesar de analfabeta, era uma pessoa inteligente, sábia até, eu diria, tinha muito conhecimento empírico. Era excelente contadora de histórias e encantava a gente quando sentávamos à sua volta. Como toda avó, fazia uma comidinha simples, mas deliciosa. Tenho muita saudade. Minha vó Paula era uma mulher alta, por isso era a nossa “vó Grande”. Eu era menino, ainda, quando ela foi morar em Curitiba. Fez falta em Corupá, mas era bom ir visitá-la e receber a sua visita. Era carinhosa e divertida, era moderna, pois acompanhava as mudanças que o progresso traz. Como eu já disse em outra oportunidade, Curitiba perdeu a graça, depois que ela se foi. Então, vou ser avô. Provavelmente não um grande avô, mas um avô feliz. Rio, meu neto português, está chegando. E a luz de Lisboa, aquela luz única e esplendorosa, será mais brilhante ainda e mais esplendorosa, porque Rio estará lá. E eu vou fazer a travessia para estar com ele. Me aguarde, Rio. Estou chegando também. Luiz Carlos Amorim é fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA em SC, com 38 anos de atividades e editor de A ILHA. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.


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