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C. N. Almirante Barroso – centenário
No Museu Histórico de Itajaí, situado no Palácio Marcos Konder, na rua Hercílio Luz, ao lado da Casa da Cultura, foi aberta no último sábado, às 10 horas, a exposição temporária “Futebol em Itajaí: Tradição Centenária”, que vai até setembro. A mostra histórica reúne variado e interessantíssimo acervo para contar a história dos 100 anos dos C.N. Marcílio Dias e C.N. Almirante Barroso, centenários completados recentemente. Pelo bom gosto da exposição e valor histórico de peças e documentos expostos, ela é imperdível. Vale a pena visitá-la para conhecer os anos de ouro dos dois maiores clubes esportivos da cidade, sua história, seus atletas e suas conquistas. No entanto, neste artigo, mais se vai tratar da história do C.N. Almirante Barroso, cujo centenário de fundação veio a se completar no último dia 11 de maio e porque o histórico marcilista já foi contado anteriormente em encarte deste jornal no mês de março. O C.N. Almirante Barroso, como é sabido por muitos, restou fundado por uma dissidência de moços marcilistas inconformados com o processo em que se escolhera a madrinha de uma das ioles do clube. A coisa toda se deu dessa maneira. Na eleição havida, houvera empate no número de votos entre as moças candidatas à madrinha: Marieta Demoro e Virgínia da Silva Fontes. Em vista do impasse, Virgínia abriu mão de seu nome e o mesmo fez Marieta, logo após. Ocorreu que, dias depois, em nova eleição, Marieta se recandidatou e foi eleita. O gesto da recandidatura e a eleição não foram aceitos por numerosos moços marcilistas, já que tanto Virgínia quanto Marieta haviam desistido de ser candidatas. Os dissidentes, então, em 11 de maio de 1919, no salão de festa do Grande Hotel, fundaram um novo clube esportivo – o Clube Náutico Almirante Barroso – e tomaram por sua perpétua madrinha a moça Virgínia da Silva Fontes. Dessa quezília original, acabou nascendo a histórica rivalidade entre os dois clubes itajaienses, que atravessou um século, dividia a cidade e as famílias, e se fez forte primeiro no remo e depois no futebol. Era como um sacrilégio barrosista entrar no estádio do Marcílio Dias e vice-versa. A não ser, quando dos famosos e espetaculares clássicos da cidade: Marcílio X Barroso e Barroso X Marcílio, que incendiavam corações e desatavam paixões, as mais desenfreadas. Ambos os clubes deram início ao futebol praticamente juntos, no ano de sua fundação. Mas o C.N. Marcílio Dias foi quem primeiro firmou uma equipe de jogadores. O C.N. Almirante Barroso somente depois da fusão com o Lauro Müller Foot-Ball Club, em 1949, passou a ter sua equipe de futebol organizada. Clubes centenários, cuja história se construiu com o ardor da gente de Itajaí.