Quando ingressei na Companhia Mútua ela já era uma menina de nove anos. Era o ano de 2002, na cidade de Joaçaba, meio-oeste catarinense. Eu havia acabado de me formar como Pedagoga, então coloquei meu canudo na gaveta e mergulhei de cabeça nesta nova vida cheia de desafios e aventuras, que é o dia-a-dia de uma companhia de teatro mambembe.

Meu primeiro espetáculo foi “A História de Willians”. Em seguida nasceu “A Caixa”. E nasceu bem, pois logo começou a ser selecionada em festivais e projetos de circulação. Primeiro em Santa Catarina, depois em outros estados e então para alguns países da América Latina. A cada festival, encontrávamos com a “galera do teatro”, os amigos bonequeiros com quem aprendíamos tanto! E foi essa necessidade de compartilhar com outros artistas que fez a Mútua, em 2006, colocar a casa nas costas e partir em busca de um novo lar. Primeiro uma paradinha em Balneário Camboriú, para então aportar em Itajaí em 2007, nossa casa até hoje.

Em 2018 a Cia Mútua está completando 25 anos de história. Em 25 anos foram 24 montagens teatrais, das quais seis permanecem em cartaz, entre elas A Caixa (2004), Teatro Lambe-lambe (2009), Um Príncipe Chamado Exupéry (2010) e El Gran Circo (2015). Com estas montagens nos apresentamos em 18 estados brasileiros, Argentina, Chile e França, fazendo parte de importantes festivais nacionais e internacionais e alguns projetos de circulação. Tiveram alguns prêmios também, entre eles cito o Prêmio Júri Popular de Melhor Espetáculo, no X Otoño Azul (Argentina, 2008) e o Prêmio CBTIJ de Melhor Espetáculo de Teatro de Animação (Rio de Janeiro, 2016).

Dos 25 anos da Mútua, estive presente nos últimos 16. E quando olho para trás lembro de tantas pessoas, de tantos lugares, erros e acertos e uma infinidade de coisas que fazem parte da construção de quem eu sou hoje. Sou grata a tudo e todos! Parabéns Cia Mútua por esta incrível caminhada!